Fugas - Viagens

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Lisboa em 48 horas atravessando os séculos

Por Alexandra Prado Coelho

Uma cidade é feita de camadas de tempo. Lisboa tem muitas. Quisemos atravessar os tempos em dois dias. Com paragens para comer e dormir — em diferentes séculos, claro.

Em Lisboa pode-se viajar entre os séculos num único dia. A Fugas decidiu fazê-lo em dois. São 48 horas para ir da pré-história à Lisboa do século XXI, desafiando a geografia da cidade. Tentámos que o percurso fosse o mais lógico possível, mas nem sempre é fácil e acabámos a andar para a frente e para trás. Procurámos locais que não fossem (sempre) os mais óbvios. E assumimos que este é um percurso entre mil outros possíveis pela História e as histórias de Lisboa.

Primeiro dia

Museu Geológico e Mineiro – Uma data algures há 12 milhões de anos parece perfeita para começar esta viagem no tempo por Lisboa. O Museu Geológico guarda um crânio de um enorme crocodilo (calcula-se que teria um comprimento entre 8 e 9 metros) que viveu no Miocénico na zona onde hoje fica o bairro de Chelas. Era uma zona alagada, onde, no meio de um clima húmido e de uma floresta densa, viviam mastodontes e outros animais pré-históricos.

Mas, já que estamos neste museu — que ainda parece os museus do século XIX — podemos aproveitar para ver outros vestígios extraordinários, como um exemplar de crinóide que viveu há cerca de 470 milhões de anos no fundo dos mares do Período Ordovícico e foi encontrado em 1905 em Valongo — o museu chama-lhe “a ‘flor’ de um mar desaparecido”. Ou ainda o esqueleto de um Henkelotherium, pequeno insectívoro que faria parte do grupo de mamíferos existentes há 150 milhões de anos, e que foi encontrado, em muito bom estado de conservação, na antiga mina da Guimarota, em Leiria.

Basílica dos Mártires

Grande salto no tempo até ao século XII. Situada em pleno Chiado, a igreja da Paróquia de Nossa Senhora dos Mártires foi criada em 1147 logo após a conquista da cidade aos mouros por D. Afonso Henriques. No início era apenas uma pequena ermida, criada para que os cristãos pudessem prestar culto à imagem da Senhora dos Mártires que tinha sido trazida pelos cruzados ingleses e à qual D. Afonso Henriques tinha pedido protecção para os seus esforços de tornar Lisboa uma cidade cristã. Depois surgiu a primeira basílica, que foi destruída no terramoto de 1755, dando lugar à actual.

Importante nesta história é o baptistério, do lado esquerdo de quem entra na igreja, com a pia baptismal que veio da basílica original. Aí, na porta de ferro, pode ler-se a seguinte inscrição: “Nesta Paróquia se administrou o primeiro Baptismo depois da tomada de Lisboa aos mouros no ano de 1147”.

Cerca Velha

Descemos depois até Alfama para conhecer melhor a cidade medieval. Na época, Lisboa era delimitada pela Cerca Velha, da qual restam ainda algumas partes. Desde o ano passado que a Câmara Municipal criou um percurso pedonal sinalizado que passa por Alfama, Castelo e Sé, e nos permite seguir as antigas muralhas (1250 metros, com seis portas e duas dezenas de torres) que constituíram o sistema defensivo de Lisboa até ao século XIV.

O percurso, assinalado por painéis informativos, passa pela Rua do Chão da Feira, o Pátio D. Fradique (aí, o Palácio Belmonte, do século XVI, integrou duas torres), a Porta do Sol, que na época islâmica dava acesso a uma necrópole, pelo que era conhecida como a Porta do Cemitério — também aí é visível uma torre integrada na fachada no edifício.

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