Fugas - restaurantes e bares

  • Marisqueira Ibo, Amêijoa da Ria Formosa
    Marisqueira Ibo, Amêijoa da Ria Formosa Mara Carvalho
  • Ibo. João Pedro e Daniel, pai e filho,
sócios do Ibo restaurante
    Ibo. João Pedro e Daniel, pai e filho, sócios do Ibo restaurante Mara Carvalho
  • Hélder e a filha Rita.
    Hélder e a filha Rita. Mara Carvalho
  • Ribamar
    Ribamar Mara Carvalho
  • Ribamar
    Ribamar Mara Carvalho
  • Marisqueira do Lis
    Marisqueira do Lis Carla Rosado
  • Marisqueira do Lis
    Marisqueira do Lis Carla Rosado
  • Nunes
    Nunes Miguel Manso
  • Nunes
    Nunes Miguel Manso
  • Nunes
    Nunes Miguel Manso
  • Cervejaria da Esquina
    Cervejaria da Esquina Rui Soares
  • Cervejaria da Esquina
    Cervejaria da Esquina Rui Soares
  • Cervejaria da Esquina
    Cervejaria da Esquina Miguel Manso
  • Espinho: Aquário Marisqueira de Espinho
    Espinho: Aquário Marisqueira de Espinho DR
  • Espinho: Aquário Marisqueira de Espinho
    Espinho: Aquário Marisqueira de Espinho DR
  • Espinho: Aquário Marisqueira de Espinho
    Espinho: Aquário Marisqueira de Espinho DR
  • Camarão, Âncora
    Camarão, Âncora DR
  • Marisqueira A Antiga de Matosinhos
    Marisqueira A Antiga de Matosinhos DR
  • Marisqueira A Antiga de Matosinhos
    Marisqueira A Antiga de Matosinhos DR
  • Marisqueira A Antiga de Matosinhos
    Marisqueira A Antiga de Matosinhos DR
  • Marisqueira A Antiga de Matosinhos
    Marisqueira A Antiga de Matosinhos DR

Marisqueiras para o Verão

Por Alexandra Prado Coelho, José Augusto Moreira

Podíamos escolher tantas quantos quilómetros da costa. Mas, até esquecendo alguns clássicos, vamos desta vez por Lisboa e Sesimbra, Matosinhos, Âncora ou Espinho. Em nome do marisco.

Lisboa: Ibo 
Marisco português com memórias de Moçambique

João Pedro e Daniel, pai e filho, sócios do Ibo restaurante, abriram agora, ao lado daquele, no Cais do Sodré, uma marisqueira. Os melhores mariscos de Portugal surgem ao lado dos grandes camarões de Moçambique, com piri-piri e cerveja Laurentina. E um prego que quer “ser uma referência em Lisboa”. 

É ali, à beira Tejo, nos antigos armazéns de sal do Cais do Sodré que o império Ibo está a crescer. E se a história do Ribamar (ver página anterior) está ligada à de Sesimbra, a do Ibo está ligada a Lisboa, claro, mas também a Moçambique — Ibo é a vila que dá nome à ilha moçambicana onde se encontra a Fortaleza de São João Baptista. E é também, como a do Ribamar, uma história de família.  

Primeiro, em 2009, surgiu o restaurante Ibo, que rapidamente se tornou conhecido por fazer uma cozinha portuguesa com influências moçambicanas. Agora, encostado a ela mas virada para a praça do Cais Sodré, nasceu, no início de Fevereiro, a Ibo Marisqueira. E muito em breve surgirá, também ali ao lado, o Ibo Café, com uma gelataria.  

João Pedro Pedrosa, 37 anos, proprietário (juntamente com o pai, Daniel Pedrosa Lopes) e responsável pela cozinha dos três espaços Ibo, recebe-nos na marisqueira — e é da marisqueira que, pelas melhores razões, vamos falar neste início de Verão. 
Em cima da mesa está já um prato de presunto (ibérico de bolota, da marca Castro y González, com uma cura superior a 48 meses, o mesmo que, sublinha João Pedro, é servido na Casa Real espanhola) e umas (já famosas na cidade) “puntillitas”, as lulinhas bebés passadas por farinha de milho temperada com um bocadinho de pimenta e depois fritas (não esquecer de lhes deitar umas gotas de sumo de limão antes de as passar pela maionese).  

Pouco depois é o pai de João Pedro que chega e junta-se a nós para o almoço. “O meu avô nasceu em Moçambique, o meu pai fez lá metade da sua vida e hoje ainda lá tem negócios”, conta João Pedro. Por isso, e apesar de não ter vivido em África, os sabores moçambicanos estiveram sempre presentes na sua infância. “Eram coisas que já fazia em casa, para os amigos.”  

Quando abriram o Ibo — João Pedro teve outro restaurante no Algarve entre 2005 e 2008, altura em que o pai o desafiou a voltar para Lisboa e a fazer este projecto — foi de forma muito natural que as influências moçambicanas chegaram à cozinha. E rapidamente correu por Lisboa a notícia de que ali se comia um caril de caranguejo de chorar por mais.  

Os anos passaram e recentemente surgiu a oportunidade de ocupar o espaço de outros armazéns, na parte de trás do Ibo, que tinham pertencido à Guarda Fiscal mas que estavam abandonados há já alguns anos — um deles, uma pequena casinha de madeira, foi entretanto classificado, e será aí que funcionará a gelataria. 

Decidida a aposta numa marisqueira, João Pedro lançou-se a preparar a carta. “Quisemos apostar em produtos portugueses”, diz. “Os bivalves, por exemplo, são todos da ria Formosa, os percebes vêm das Berlengas ou de Vila do Bispo, o camarão é do Algarve, as sapateiras, santolas e lagostas são, todas, nacionais. Só o camarão-tigre e os carabineiros é que vêm de fora.” E, para que não haja dúvidas quanto à qualidade, é ver os animais nos viveiros da marisqueira. 

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