Fugas - restaurantes e bares

  • Diogo Baptista
  • Diogo Baptista

Naturalmente cosmopolita, fluidamente contemporâneo

Por Andreia Marques Pereira ,

É restaurante, bar e pátio com influências neo-árabes claramente distinguíveis na fisionomia. Os cocktails são a mais-valia, as sangrias o ex-libris. A cozinha, essa, balança entre os sabores mediterrânicos e o sushi.

Chama-se Flow e tal até se poderia atribuir à facilidade com que se transita entre as suas várias áreas, bem definidas mas de portas escancaradas umas para as outras — na verdade, falar de portas é um pouco abusivo, as únicas que existem são as que dão para o pátio interior, uma esplanada inesperada no centro do Porto: não por ser esplanada, mas pelo desenho tipicamente árabe. Não é o único edifício em estilo neo-árabe na Baixa portuense, mas será aquele que nos dá maior sensação, no interior, de estarmos algures no Al-Andaluz.

Mas isto é agora, dez meses após a abertura do Flow Restaurant & Bar (Dezembro de 2014), quando “o circuito de espaço multidisciplinar: sala grande, bar e pátio” está completo; a pré-história era uma imagem irreconhecível: foi depósito de salão de exposições de uma fábrica de cerâmica, depois gabinete de design (com pouco design), passou por renovação para ser loft habitacional (o preço exorbitante afastou todos os possíveis interessados) até que Paulo Freire o encontrou. Chamou o amigo Ricardo Graça Moura para conhecer o espaço e tentar ajudá-lo a encontrar um investidor: dez minutos de visita bastaram para ter um investidor (inesperado) — o próprio Ricardo Graça Moura tornou-se sócio do Flow e é ele quem nos recebe, entre mil e uma solicitações, presenciais e por telefone, na zona do bar do Flow.

É um bar e uma espécie de jardim de Inverno. Foi a única parte do edifício profundamente alterada: construiu-se uma estrutura de ferro e vidro com autorização especial, já que o edifício é considerado imóvel de interesse público pelo IGESPAR. A luz do dia invade o espaço sem pedir licença; a noite é iluminada por candeeiros de luz bem amarela — o pátio está, portanto, a um vidro de distância e é nele que se concentram os clientes nesta tarde outonal. Do sol, estão protegidos pelos amplos guarda-sóis e se algo falta para realmente completar a experiência árabe é água a fluir. Porque de resto temos os arcos de volta perfeita debruados a azulejos (originais), tanto nas paredes que dão para nada (ou pequeníssimos recantos), como nas portas-janelas que se abrem para o restaurante, temos abundância de plantas envasadas — e é uma espécie oásis. O que também não falta, para dias (e noites) mais frias, é a lareira, uma enorme “taça” de ferro que esta noite já será acendida.

Mas estamos no bar, dissemos, enquanto Ricardo nos conta o conceito deste Flow, que sempre teve na sua base um restaurante e um bar, independentes. Se é certo que é o restaurante que mais fama traz à casa, a verdade, diz, é que procuram “posicionar este espaço como aberto à cidade”. Um espaço multidisciplinar onde beber um copo de vinho ou um cocktail (as especialidades do bar) é tão comum como fazer uma refeição. É Paulo Carvalho, chefe do bar, o responsável pela mixologia do Flow, onde encontramos quatro cocktails de autor à espera de renovação para melhor receber o Inverno — por exemplo, haverá um de vinho do Porto e outro debrandy, em bebida quente, “vacina para a gripe”, brinca. “Está a tornar-se um hábito”, diz, “beber cocktails como aperitivo”. Sobretudo entre os estrangeiros — que chegam, aliás, a acompanhar refeições apenas com cocktails; e os estrangeiros são cada vez mais no Flow, embora menos do que se gostaria, afirma Ricardo Graça Moura.

Nome
Flow Restaurant & Bar
Local
Porto, São Nicolau, Rua da Conceição, 63
Telefone
222054016
Horarios
e Segunda-feira das 19:45 às 00:00
Terça a Sábado das 12:30 às 15:00 e das 19:30 às 00:00
Website
http://www.flowrestaurant.pt/
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