Não é o local onde se deseja ir pelo prazer de comer. É aquele que tantos utilizam para fazer a sua pausa para o almoço, durante um dia banal de trabalho. É barulhento, pouco iluminado, mas vale a pena ir só pela experiência, por ser diferente. Chama-se Cento e Quatroº e a proposta é comer, de forma saudável e saborosa, comida cozinhada em apenas dois minutos.
Tudo começou com dois amigos que trabalhavam no estrangeiro e que descobriram um sítio onde a comida era confeccionada a vapor, conta Nuno Gi, engenheiro de formação e membro de um dos cinco casais que perfazem os sócios desta aventura, durante um almoço com o Fugas.
Esses dois amigos decidiram pegar no conceito da cozinha a vapor e aplicá-lo no seu país de origem: Portugal. Conversa puxa conversa e, pouco tempo depois, eram já vários os amigos que decidiram investir nesta ideia – os tais cinco casais. Entre eles, Francisco Magalhães e Joana Xardoné, chefs e donos do restaurante Apicius, em Lisboa. Há gente de todo o lado, do marketing à medicina, adianta Nuno Gi.
Foi preciso um ano para montar todo este projecto, que inaugurou no início do mês no centro comercial Atrium Saldanha, em Lisboa; e que em Junho, abrirá um novo espaço num local emblemático da capital, o Amoreiras. É também um conceito que muitos administradores de centros querem para as suas “praças da comida” porque não existe, continua Gi, acrescentando que têm tido muitas solicitações para expandir. Contudo, os sócios querem crescer sem perder a qualidade do que fazem, explica Francisco Magalhães.
Comecemos pelo nome. Porquê Cento e Quatroº? Porque 104ºC é precisamente a temperatura a que se cozinham os alimentos a vapor, numas máquinas especiais que estão mesmo à frente dos clientes, que podem assim acompanhar todo o processo. Mais: 104ºC e dois minutos – nem mais, nem menos, é o tempo em que a comida é cozinhada. E desengane-se se pensa que o que sai destes fornos é uma comida desenxabida, com água a escorrer. Nada disso, Francisco Magalhães pensou em tudo: dos pratos – tem cerca de três dezenas de fichas técnicas, todas foram experimentadas e foram eleitas 12, umas com sabores mais nacionais (frango com batata doce e chouriço), outras lembram a Itália (os raviólis e os gnochis) ou a Ásia (camarão com arroz de coco). Os preços variam entre os 6,95 euros e os 9,95 euros.
Assim, quando se chega ao espaço, ao chamado food corners, há uma montra que lembra a da praça, onde a comida está em cestinhos de madeira. A maioria está crua, mas há alimentos que foram previamente cozinhados (o pato, o arroz, a quinoa, o cuscuz e a batata doce). A forma como os produtos estão colocados no cesto foi pensada ao pormenor, de maneira a que a cozedura seja uniforme. Francisco Magalhães faz questão de reforçar a ideia de que tudo, mas mesmo tudo, foi pensado – da procura dos fornecedores com os melhores produtos (“o peixe vem de Peniche dia sim, dia não” e os “raviólis vêm de Itália”), à forma como são cortados e como são dispostos no cesto para cozinharem em dois minutos.
- Nome
- Cento e Quatroº
- Local
- Lisboa, Nossa Senhora de Fátima, Atrium Saldanha, Praça Duque de Saldanha, 7, piso 0, loja 9
- Telefone
- 213170850
- Horarios
- Todos os dias das 12:00 às 23:00
- Cozinha
- Vegetariana
