Fugas - Viagens

  • Jaime Reina/AFP
  • REUTERS/Enrique Calvo
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Por Maiorca, proíbe-se nudez nas ruas e cria-se lei seca contra excessos de turistas

Por Fugas

Sexo, drogas e muito álcool. Magaluf tornou-se célebre por razões que agora quer deixar para trás.

Ao longo dos últimos anos, Magaluf, uma bela estância balnear na ilha de Maiorca, tem vindo a surgir nos media cada vez mais. E até a ter direito a repetidos "êxitos" virais na Net. Mas não tanto pelas suas praias ou atracções naturais, antes por excessos humanos cada vez mais impactantes, o que tem deixado moradores e as autoridades à beira de vários ataques de nervos. Quase sempre, no centro das atenções, têm estado jovens turistas, maioritariamente britânicos, ao estilo viagem de finalistas para acabar de vez com todas as viagens...

Casos de jovens que praticam o balconing, basicamente um salto da varanda do quarto para a piscina (e que, por várias vezes, tem corrido muito mal, levando à morte). Dos tours por bares (internacionalmente conhecido como pub crawling) que terminam em rios de álcool e problemas. Das ruas repletas de gente a consumir litros de álcool (há casos de bar aberto toda a noite por cinco euros). De gente nua ou em práticas sexuais em público — entre outras especialidades, a prática do mamading, em que alguém faz sexo oral num bar ou discoteca em troca de álcool grátis (alguns vídeos no YouTube tornaram-se virais e deram ainda mais fama a Magaluf).

A criatividade perversa de algumas festas (em particular, das despedidas de solteiro) também tem dado que falar: ainda em Maio, correu mundo um "espectáculo" sadomasoquista com um anão numa discoteca; e não faltam vídeos e imagens de orgias em barcos, em praias, em pistas...

Agora, a autarquia que gere Magaluf, Calvià, decidiu combater efectiva e legalmente todo este cenário antes que fique realmente fora de controlo. Há novas regras e entram em vigor a 9 de Junho, a tempo da época alta que enche a ilha, especialmente de visitantes britânicos, irlandeses, alemães e escandinavos.  

Para começar, passa a ser proibido beber álcool nas ruas a partir das 22h e até às 8h — embora para esta proibição não estejam ainda previstas multas, apenas advertências. Por outro lado, será também proibida a venda e distribuição de bebidas alcoólicas das 00h às 8h. "Erradicar é complexo e agora trata-se basicamente de dar informação e consciencializar", disse ao jornal ABC Joan Feliu, responsável autárquico pelo comércio. Por isso, será também lançada uma campanha junto dos turistas, dos agentes e operadores de viagens e dos hotéis e espaços comerciais.

Andar sem t-shirt fora da zona de praias ou desfilar nu pelas ruas (prática que também tem muitos fãs) passa também a ser alvo de penalização. O regulamente de "boa educação" neste campo até precisa também que é proibido "defecar, urinar ou cuspir" nos espaços públicos ou deitar para o chão "beatas, pastilhas, papéis, plásticos, latas, embalagens, garrafas ou similares".

Já quem for apanhado a praticar o balconing (ou considerado culpado de incentivá-lo) pode apanhar uma multa entre 750 e 1500 euros, o valor de referência para muitas das práticas agora combatidas.

Quanto às rotas turístico-etílicas pelos bares, terão mão mais pesada: passa a ser proibido incentivar o consumo de álcool, cada empresa só pode fazer uma excursão diária, cada tour só pode ter até um máximo de 20 participantes, fica completamente interdita qualquer iniciativa relacionada com jogos sexuais e só pode haver um grupo de cada vez em cada bar.

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