Fugas - restaurantes e bares

  • Diogo Baptista
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Nispo de vitela e outras coisas mesmo boas na taberninha de Perelhal

Por José Augusto Moreira ,

Da taberna resta alma e a essência da boa cozinha minhota faz o resto. Além dos assados, também o galo estufado e a nutrida garrafeira bem justificam a visita a este restaurante que guarda sabores de outros tempos.

Vinhos a esmo, mesas bem-postas e uma cozinha regional aprimorada. Não é fácil classificar esta taberninha minhota à beira da estrada plantada, que tem pose de restaurante, alma de taberna e espírito de bar. Dá mesmo a ideia de ter sido já um pouco de tudo isso até ter cedido, em definitivo, à vertente restaurativa imposta por uma clientela de empresários e famílias de rendimentos a exigir vinhos de rótulos sonantes e champanhes de estatuto.

Facilmente se imaginam também os petiscos ao balcão, os vinhos à caneca, os lanches ajantarados e a informalidade e espírito convivial que terão antecedido o ambiente mais formal que agora se pratica, com toalhas de algodão, baixela cuidada e copos de pé alto. Tudo com base numa cozinha de qualidade e base regional, produtos genuínos e de temporada. Ganhou fama a vitela assada, mas guardamos também muito boa memória do galo estufado, dos filetes de polvo, da feijoada, com mão de vitela e bons enchidos, ou o cabrito no forno.

Plantada à face da estrada a meio caminho entre Esposende e Barcelos, a Taberninha O Chico instala-se num modesto edifício de piso único e identifica-se pelo toldo amarelo com a inscrição do nome da casa. Há um pequeno terraço exterior onde no Verão se pode aperitivar e é normalmente frequentado pelos fumadores mais impacientes.

É pequeno o espaço, com três mesas alinhadas junto ao balcão e mais uma salinha interior onde se acomodam pouco mais de três dezenas de comensais. E também um dispensável plasma televisivo que claramente destoa do ambiente de gozo e desfrute gastronómico. Modernices!

Nas vitrinas, prateleiras e escaparates, garrafas e caixas de madeira de vinhos de reconhecida qualidade de todas as regiões, com o habitual destaque para Douro e Alentejo. Em evidência também garrafas de champanhe e de whisky com rótulos de maior estatuto. Há um armário de temperatura com vinhos prontos a servir, se bem que muitos dos que se avistam não constem da carta que é facultada. Lá está, alma de taberna e pose de restaurante!

O mesmo se diga em relação à ementa, que só em parte é anotada nos azulejos da parede por detrás do balcão de entrada. É o Sr. Chico que parece intuir os apetites do cliente sugerindo duas ou três coisas da oferta diária. Foi mesmo pela conversa na mesa ao lado que numa das anteriores visitas “descobrimos” o soberbo galo estufado, que foi convocado em substituição do pedido que tinha já sido feito.

Além das pataniscas de bacalhau, fofas e apetitosas, e umas petingas impecavelmente fritas, havia na mais recente incursão fresquíssimo camarão da costa, cujo rigor de preparação (levíssima cozedura) nem sempre encontra nas grandes casas da especialidade. Ao dente, delicados e de profundo sabor a mar. Perfeitos mesmo!

Boa surpresa também com os invulgares (na região) filetes de peixe-espada, servidos com arroz branco e uma bela salada de tomate. Sem deslumbrar o cabrito assado no forno com azeite, cebola e louro, que se envolvem com saborosos gomos de batata.

Em grande plano mesmo, a vitela do nispo que se desfaz na boca em sabor e suculência e que, pelos vistos, é o grande carta- de-visita desta taberninha de boas comidas.

Nome
Taberninha O Chico
Local
Barcelos, Perelhal, Alívio, Perelhal
Telefone
253862289
Horarios
Todos os dias das 12:00 às 15:00 e das 19:00 às 22:00
Preço
25€
Cozinha
Minhota
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