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A corrida mais colorida do mundo por caminhos de Portugal

Nesta manhã de domingo, chuvosa e fria, são 15 mil os que vão correr os cinco quilómetros, saindo de Matosinhos junto ao porto, passando pela A28 até Leça da Palmeira e voltando para Matosinhos. A partida é às 11h, mas é apenas a primeira partida – já há grupos a correr enquanto ainda vão entrando participantes. Ninguém tem pressa, ninguém vem bater recordes. Todos vêm pela singularidade da iniciativa e diversão é a palavra de ordem – é o antídoto dos tempos que correm. Hélder de Almeida até costuma correr, mas, diz “isto não é bem correr, é pela diversão”. A namorada, Diana Baptista, reforça a ideia: “É diferente e divertido para toda a gente e bem que estamos a precisar. Nem que seja ao domingo de manhã, nem que custe 15 euros”. E é como se estivéssemos na Índia, acrescenta, referindo-se ao festival hindu Holi, que assinala a chegada da Primavera com uma euforia colorida também feita de tinta em pó e no qual participam famílias inteiras e que foi a inspiração para estas Color Run que em cada cidade se associa a uma instituição de solidariedade social para a qual reverte parte das receitas – aqui, à associação A Casa do Caminho.

O Gustava tem cinco anos e espera ficar coberto de azul – ainda vai limpinho pela mão do pai, João Dantas; o Vasco vai no carrinho empurrado pelo pai, Hugo Campelo, que faz habitualmente corrida e pensou que este seria um “momento feliz de convívio” com os filhos: “Não é uma chuva que nos vai fazer ficar em casa”; a Carolina também vai no carrinho, mas o irmão, Guilherme, faz birra porque os pais abrandaram o passo – quer ir a correr até ao final: tem os genes dos pais, Sérgio Silva e Sofia Martins, está visto, que fazem corrida mas desta vez estão em compasso de passeio, “é mais diversão do que competição”, dizem; mais à frente, Lara é a porta-voz de um grupo que está a adorar a pintura – “o laranja aquece-me o dia” – sob o olhar dos pais, um grupo de amigos que veio para divertir-se e “deixar os miúdos sujarem-se e andar à chuva”.

Miúdos e graúdos vêm pelo mesmo. “Convívio, cor, alegria, sorrisos, desculpa para nos encontrarmos”, resume Sofia Afonso, cabeleira rosa encaracolada e óculos XL, entre um grupo de “15 ou 16 amigos” que escolheram os óculos coloridos como “assinatura” de equipa. Adiante, é Timóteo o timoneiro de um barco insuflável com crocodilo na proa, rodeado de bóias-animais. “Estou à voltar à Madeira de barco”, brinca o madeirense, orgulhoso no seu chapéu típico, rodeado de seis amigos, todos vindos de Viana do Castelo, onde estudam na Escola Superior de Tecnologia e Gestão. “Estávamos à espera que chovesse um bocadinho mais, seria perfeito”, ironizam.

Para trás já ficou a A28 e estamos em Leça da Palmeira quando os lanches começam a sair dos sacos e à entrada da ponte móvel uma tenda de doces tradicionais está estrategicamente colocada para desviar os passeantes. Na ponte, Carmen leva a pequena Emília, três anos, às cavalitas. “Já se cansou mas continua divertida”, diz a mãe. Vieram num grupo maior, mas os outros miúdos querem correr e elas ficam para trás. O rosa é a cor preferida da Emília, mas a que a cobre é o amarelo. Ainda virá o azul, a última cor, no final da ponte – aquela que transforma um dálmata num “estrunfe” malhado.

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