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Enric Vives-Rubio

Já se fazem passeios a cavalo junto do Chalet da Condessa d' Edla

Por Alexandra Prado Coelho

A Parques de Sintra - Monte da Lua inaugurou a recém-recuperada Abegoaria, um edifício rural do século XIX que estava em ruínas, na Quinta da Pena, e que servirá de base para turismo equestre.

Os convidados da Parques de Sintra - Monte da Lua (PSML) estão em frente ao recém-recuperado edifício da Abegoaria à espera da ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, Assunção Cristas, e observam, curiosos, quatro cavaleiros chineses que acabam de passar montados nos seus cavalos. A inauguração oficial da Abegoaria da Quinta da Pena só aconteceu na sexta-feira, mas o turismo equestre, que é a grande aposta deste novo pólo turístico de Sintra, já é uma realidade, como comprovam os inesperados cavaleiros chineses.

Os cavalos que acabaram de passar são da Companhia das Lezírias, com a qual a Parques de Sintra estabeleceu um protocolo para a oferta de programas de passeios equestres em antigas propriedades reais (Lezírias, Mafra e Pena). Mas há outros cavalos na Abegoaria - e vão relinchar entusiasticamente durante a apresentação do novo espaço pelo presidente da PSML, António Lamas.

Trata-se de três cavalos Ardennais, que apoiam os trabalhos florestais e que são utilizados nos passeios de charrete, e quatro cavalos de sela e recreio para turismo equestre. A estrela, no entanto, é um pónei, que poderá ser montado por crianças, e que tem uma mancha branca em forma de mapa de Portugal. Os cavalos estão já instalados nas novas cavalariças integradas no projecto de recuperação da Abegoaria - um investimento de perto de 916 mil de euros, financiado pela PSML.

Esta corresponde à segunda fase da reabilitação da Quinta da Pena, depois da recuperação do Jardim do Chalet da Condessa d' Edla. A zona era a antiga Tapada da Vigia, um conjunto de terrenos agrícolas comprados em 1843 pelo rei D. Fernando II que, com a ajuda do barão de Eschwege, os transformou parcialmente na Quinta da Pena. O estilo introduzido pelo rei foi o de uma Ferme Ornée, ou Quinta Ornamental, onde, explica o material disponibilizado pela PSML, "as funções produtivas e cénicas proporcionavam agradáveis percursos".

A Abegoaria - vê-se nas imagens de uma pequena exposição sobre o projecto - era praticamente uma ruína até há pouco tempo. O edifício do século XIX estava bastante degradado, mas a situação piorou consideravelmente com um incêndio em 1999. Agora, depois das obras, este antigo apoio às actividades agrícolas, com estábulos, armazém de alimento para animais e instrumentos de lavoura, que servia também para guardar viaturas de trabalho e carruagens, passa a ter uma sala de exposições e conferências, e os serviços de gestão das actividades no local.

Nas traseiras da Abegoaria havia um edifício construído na década de 50 do século XX pela Direcção-Geral de Florestas que ali instalou um centro de formação para guardas florestais, e que foi agora demolido, permitindo a construção das cavalariças. Mas não há apenas cavalos na Quinta da Pena. Quando se entra pelo antigo Portão das Vacas encontra-se logo à direita um grupo de cabras que nos olham admiradas. Noutras zonas há ovelhas, coelhos, e aves de capoeira, numa recriação da quinta que ali terá existido no tempo de D. Fernando II. Um trabalho de pesquisa permitiu encontrar várias referências às hortas e aos animais que no passado por aqui existiram.

Junto às cavalariças foi construído um paddock para aquecimento dos cavalos. E na encosta por detrás criou-se um reservatório para combate a incêndios, com sala para os equipamentos de bombagem, abastecido com água proveniente de minas. Mas as obras ainda não terminaram completamente. Vai haver uma terceira fase onde será recuperado o complexo de estufas, que é constituído por um aviário, uma estufa principal aquecida e dois estufins de produção de plantas, para além de uma casa de jardineiro que será transformada em cafetaria.

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