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  • O lago ainda a precisar de obras.
    O lago ainda a precisar de obras. Siu Chiu/Reuters
  • ÁUSTRIA, Hallstatt (a original).
    ÁUSTRIA, Hallstatt (a original). Lisi Niesner/Reuters
  • ÁUSTRIA, Hallstatt (a original).
    ÁUSTRIA, Hallstatt (a original). Dominic Ebenbichler/Reuters
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    ÁUSTRIA, Hallstatt (a original). Dominic Ebenbichler/Reuters
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    ÁUSTRIA, Hallstatt (a original). Dominic Ebenbichler/Reuters
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    ÁUSTRIA, Hallstatt (a original). Dominic Ebenbichler/Reuters

A aldeia austríaca chinesa

Por Fugas

A China inaugurou uma aldeia austríaca. Soa estranho, mas é verídico: na província de Guangdong, uma empresa inaugurou uma cópia de Hallstatt, aldeia dos Alpes austríacos integrada em Património classificado pela UNESCO. E a Hallstatt chinesa já abriu a visitas, entre parque de diversões e condomínio de luxo.

Hallstatt é uma pitoresca aldeia austríaca com séculos de história, célebre pela sua mina de sal, postal ilustrado perfeito de montanhas e lago -  já lhe chamaram "a mais bela aldeia do mundo" -, localizada na Alta Áustria e cuja área (Hallstatt-Dachstein) está integrada na lista de Património Mundial da UNESCO. Por outro lado, Hallstatt é uma novíssima aldeia chinesa, recentemente inaugurada no sul do país, e que decalca ao detalhe a aldeia original, lago e montanhas incluídos.

A Hallstatt versão China fica perto de Huizhou, na província de Guangdong, na margem de um lago artificial e além de ruas onde se perfilam as típicas casas não falta sequer uma cópia integral da igreja da terra austríaca, com a sua torre e estátuas de anjos. Um conceito tão Disney que, na verdade, até recorre aqui e ali a alguns dos célebres personagens dos desenhos animados (como Mickey ou Donald).

O projecto, que abrange um milhão de metros quadrados, é assinado pela empresa Minmetals Land, braço imobiliário de um gigante chinês das minas, a Minmetals, e orçado em mais de 750 milhões de euros. E o desenvolvimento continua, com melhoramentos globais e novas construções.

Pelos lados da aldeia original, onde vivem cerca de 800 pessoas, o projecto começou por não ser muito bem recebido. E ainda há críticas. Mas agora até o presidente da câmara local se deslocou à China para assistir à inauguração do empreendimento. Uma das razões é prática e simples: o projecto tornou-se um passeio de sucesso para milhões de chineses; e, para muitos, a original Hallstatt tornou-se também um potencial destino turístico. Logo, o aumento do número de turistas fez a região austríaca mudar de opinião sobre o controverso projecto... Em 2005, houve 50 visitantes chineses em Hallstatt. Agora são milhares, segundo referiram responsáveis autárquicos austríacos à Reuters.

"Não foi assim tão controverso", desdramatizou Alexander Scheutz, presidente da Câmara da Hallstatt original. "Ficámos apenas surpreendidos por uma pequena aldeia da Áustria ter sido reproduzida. Mas agora estamos muito orgulhosos de que tenha acontecido", assegurou.

Para além de verdadeiro parque de atracções e atracção turística, a falsa aldeia é também uma espécie de condomínio de luxo, com casas a serem vendidas a um preço médio de 9000 yuans (cerca de 1137 euros) o metro quadrado.            

Junto dos turistas chineses, o projecto tem sido um êxito, uma viagem a uma certa ideia romântica da Europa sem sair da China. "No momento em que entrei aqui, senti que estava na Europa", resumiu um visitante, Zhu Bin.

Ainda assim, na verdadeira Hallstatt nem todos estão convencidos por este milagre da clonagem. "Na minha opinião, é inaceitável", comentou Karin Höll, habitante da aldeia que é Património da Humanidade, sublinhando: "Hallstatt é única na sua cultura e tradições. Não se pode copiar isso".

Entretanto, o portal oficial do turismo da austríaca Hallstatt já actualizou o seu slogan. Passou a "Hallstatt - a original. Fotografada milhões de vezes. Copiada uma vez. Nunca igualada".

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