Enquanto ajuda os refugiados, Barbara continua a sua principal missão que é a de estudar a comida do seu país, conhecer as tradições culinárias e aprofundar uma herança pela qual se apaixonou quando ainda vivia nos EUA, onde os pais tinham um restaurante de cozinha libanesa.
Há muito em comum entre as várias cozinhas do Médio Oriente, reconhece, mas há também coisas específicas do Líbano. “Temos 18 comunidades a viver juntas no país, cada uma com as suas tradições. No Norte temos o kibbeh [pastel de carne frito], a vida de montanha, os queijos, em Beirute há os grandes restaurantes e a vida nocturna, no Sul usamos muito as especiarias. E temos ainda uma cultura do vinho muito rica, com mais de 90 produtores por todo o país.”
Assume-se como uma pioneira no trabalho de recuperação e divulgação das tradições gastronómicas e culinárias libanesas mas, sublinha, “agora há mais pessoas a trabalhar nisso e a recuperação desta herança está a crescer.” No site do Slow Food Beirute, por exemplo, encontram-se pequenos filmes que fez para alertar para o risco de desaparecimento de alguns produtos. “No último Verão trabalhei durante dois meses sobre os últimos queijos de montanha libaneses, que correm o risco de desaparecer nos próximos anos. Quero que a nova geração continue a comer e a conhecer a nossa comida.”
E se, infelizmente, a situação política na região não está a ajudar o turismo, Barbara aposta em restaurantes como o Muito Bey, fora do Líbano, para que o mundo conheça melhor a comida do seu país.