Fugas - Viagens

  • Bamberg, Jardim das Rosas
    Bamberg, Jardim das Rosas Adriano Miranda
  • Bamberg, Catedral
    Bamberg, Catedral Adriano Miranda
  • Catedral de Nuremberga
    Catedral de Nuremberga Adriano Miranda
  • Catedral de Nuremberga
    Catedral de Nuremberga Adriano Miranda
  • Nuremberga, onde Hitler realizava os seus comícios
    Nuremberga, onde Hitler realizava os seus comícios Adriano Miranda
  • Bamberg
    Bamberg Adriano Miranda
  • Nuremberga, Centro de Documentação
    Nuremberga, Centro de Documentação Adriano Miranda
  • Bamberg
    Bamberg Adriano Miranda
  • Bayreuth, cervejaria
    Bayreuth, cervejaria Adriano Miranda
  • Bayreuth, Ópera Margrave de Bayreuth
    Bayreuth, Ópera Margrave de Bayreuth Adriano Miranda
  • Em Bamberg
    Em Bamberg Adriano Miranda
  • Em Bamberg
    Em Bamberg Adriano Miranda
  • Em Bamberg
    Em Bamberg Adriano Miranda
  • Nuremberga, Centro de Documentação
    Nuremberga, Centro de Documentação Adriano Miranda
  • Bayreuth, Ermitage
    Bayreuth, Ermitage Adriano Miranda
  • Nuremberga
    Nuremberga Adriano Miranda
  • Nuremberga
    Nuremberga Adriano Miranda
  • Bayreuth, a casa de Wagner
    Bayreuth, a casa de Wagner Adriano Miranda
  • Bamberg, Catedral
    Bamberg, Catedral Adriano Miranda
  • Em Bamberg
    Em Bamberg Adriano Miranda
  • Em Bamberg
    Em Bamberg Adriano Miranda

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Nuremberga, bem-vindos à Francónia

A Igreja de São Lourenço, assim como a Igreja de São Sebaldo, que também foi seriamente afectada pelos bombardeamentos, nasceram como igrejas católicas, mas tornaram-se luteranas no século XVI. Contudo, no interior de ambas estão todas as imagens religiosas alheias ao luteranismo e típicas do cristianismo. Mireille Markus-Toth, que é a nossa guia do centro histórico, explica: “As imagens foram feitas a pedido das famílias ricas da cidade e são obras de arte, pelo que, quando as igrejas passaram a ser luteranas, as pessoas não quiseram que elas fossem retiradas. Decidiu-se que continuariam nas igrejas, não como elementos de adoração mas como esculturas, só para apreciar.”

Ao contrário dos edifícios, que precisaram de enormes trabalhos de restauro, as obras de arte no seu interior são originais, porque as igrejas tinham sido despidas dos seus tesouros, por precaução, durante a guerra. É graças a isso que ainda é possível apreciar hoje a curiosa escultura suspensa, em madeira pintada, da Anunciação, de Veit Stoss, ou belos tabernáculos pintados de Adam Kraft. Pelo mesmo motivo, em São Sebaldo (actualmente a sofrer trabalhos de restauro) também é possível apreciar o caixão de bronze, desenhado por Peter Vischer e os seus filhos, no século XVI, contendo o corpo do santo padroeiro da cidade.

Entre as duas igrejas passa o rio Pegnitz e, quando o atravessar, não deixe de olhar para a Ponte da Carne (Fleischbrücke), cheia de barracas de venda, e que serviu de inspiração à Ponte Rialto, em Veneza (Itália). E entre as duas igrejas fica também a Praça do Mercado, com a Igreja da Nossa Senhora e a Fonte Bonita. Assim mesmo, é esse o nome. É aqui que se realiza o tradicional mercado de Natal, que os habitantes de Nuremberga juram ser o mais tradicional de toda a Alemanha. E é daqui, também, que há várias fotografias de Hitler passeando, perante uma multidão entusiasmada. As casas típicas da praça não foram reconstruídas após a guerra.

O plano de recuperação de Nuremberga fez com que a cidade, que foi das mais importantes de toda a Europa na Idade Média, não tenha hoje um centro histórico coeso de edifícios antigos. As igrejas e casas que sobreviveram aparecem intermitentemente, entre construções do pós-guerra que, na sua maioria, não destoam da harmonia da cidade. Sob o solo corre uma eficiente rede de metro e à superfície os trams garantem o acesso entre diferentes pontos da cidade. Como o centro histórico e o Centro de Documentação, que fica a cerca de dez minutos de distância, no tram número 9, saindo da praça da estação ferroviária.

O centro é a última paragem, num espaço rodeado de verde, onde os alemães andam hoje de patins, bicicleta ou a pé. Lá dentro, o presente desaparece, enquanto percorremos, agarrados ao audiofone, sala após sala, a história de Hitler e da sua relação com a cidade. O audiofone é obrigatório porque todos os painéis descritivos estão exclusivamente em alemão. Mas também porque, ao longo do percurso, que fazemos em duas horas (mas precisávamos de mais, de muito mais), somos continuamente confrontados com imagens de arquivo da época, em que é possível ouvir as vozes dos que tornavam a cidade num centro inequívoco do regime nazi.

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