Fugas - Viagens

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    A caminho do Atlas Miguel Nogueira
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    Ait Ben Haddou Miguel Nogueira
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    Taroudant Tazenakht Miguel Nogueira
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    Agadir Miguel Nogueira
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A sul, o coração marroquino (também) é lusitano

Mas quem prefira o recato mantendo um pé na areia, a cerca de 20 minutos de Agadir, na estrada para Essaouira, o Paradis Plage pode ser a solução. O empreendimento de quatro estrelas parece ter nascido para saciar a vontade dos que não prescidem de luxos e de confortos vários, que se podem encontrar nos mais ínfimos pormenores, mas também nos mais variados serviços disponíveis (aulas de ioga, escola de surf, clube para crianças…) ao mesmo tempo que anseiam por passar uns dias completamente livres de imposições — o ambiente é o mais descontraído possível. A cereja no topo do bolo: a praia é de acesso privado e protegida de olhares indiscretos.

Não é apenas à beira-mar que a hotelaria parece estar cada vez mais bem preparada para receber turistas dos quatro cantos do mundo. Da passagem por Ouarzazate, sobressai o Hotel Riad Ksar Ighnda, uma iniciativa de um empreendedor francês que une confortos e mimos vários, nomeadamente tecnológicos, ao que de mais tradicional se pode encontrar num riad. Os quartos são luminosos, as camas confortáveis, as casas de banho espaçosas e todo o jardim a partir do qual o hotel cresce é convidativo a momentos de pura contemplação. Além disso, desde os seus terraços conseguem-se privilegiadas vistas sobre o ksar Aït-Ben-Haddou.

O deserto e o cinema

Ouarzazate significa “Porta do Deserto”. Mas isso não significa que a imensidão do deserto se encontre logo ao virar da esquina. Ainda assim, o tempo seco que caracteriza a localidade serve-nos de ilusão de que já chegámos ao Sara. O clima permite a Ouarzazate ostentar um lugar de destaque entre os locais de filmagem de Hollywood — outras razões prendem-se com o facto de a mão-de-obra ser barata, além de que a luz entusiasma os especialistas da fotografia. É que quase nunca chove. E isso significa que mesmo os cenários feitos de papelão aguentam-se ao ar livre sem que seja necessária a manutenção.

Numa visita pelos estúdios de gravação, vê-se a galé de Ben-Hur, a cela onde Jesus esteve encarcerado, o trono do rei Salomão ou o pesadíssimo menir (de uma espécie de esferovite) que Gérard Depardieu transportou às costas no grande ecrã no papel de Obélix. Ao longe, avista-se um dos cenários que faz parte de A Guerra dos Tronos, série televisiva que reúne uma legião de fãs por todo o mundo. De vez em quando atravessam-se corredores marcados pelas fotografias das estrelas da sétima arte que já passaram por Ouarzazate. Refira-se: não são poucas nem pouco conhecidas. Já para captar imagens é preciso ter cuidado — há cenários que estão guardados nos segredos dos deuses e produções que se mantêm secretas quase até ao seu lançamento. E nem vale a pena arriscar — os estúdios pagariam uma pesadíssima factura caso alguma informação escapasse.

Com o cinema revisto, chega a altura de procurarmos o tal deserto ao qual Ouarzazate serve de entrada. Abandonamos assim o asfalto e trocamo-lo pelas pistas de terra batida. O miniautocarro não tem preparação para este tipo de traçado e, por isso, seguimos devagar com o Ecolodge Oued Noujoum, a uns 15km da cidade, como destino. Não sem antes fazermos uma paragem mais que obrigatória no Oásis de Fint. Depois de alguns quilómetros marcados pela aridez da paisagem, a aparição de um vale verdejante parece uma ilusão de óptica. Mas é mesmo real. Ao longo de uma extensa faixa, as pedras desaparecem e dão lugar a uma quase floresta tropical, cerrada, com frutas e vegetais a romperem a terra fértil, vários cursos de água e pequenas rãs a coaxarem. Por aqui, foram filmadas cenas de filmes como Babel ou Príncipe da Pérsia.

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