Fugas - Viagens

  • Sines, Restaurante Cais da Estação
    Sines, Restaurante Cais da Estação DR
  • Peso da Régua: Restaurante Castas e Pratos
    Peso da Régua: Restaurante Castas e Pratos Maria João Gala
  • Peso da Régua: Restaurante Castas e Pratos
    Peso da Régua: Restaurante Castas e Pratos Maria João Gala
  • Vila Real: Restaurante Cais da Villa
    Vila Real: Restaurante Cais da Villa Maria João Gala
  • Vila Real: Restaurante Cais da Villa
    Vila Real: Restaurante Cais da Villa Maria João Gala
  • Marvão: TrainSpotGuesthouse
    Marvão: TrainSpotGuesthouse DR
  • Provavelmente, o hostel com a mais bela fachada do mundo: Lisbon Destination, na estação do Rossio
    Provavelmente, o hostel com a mais bela fachada do mundo: Lisbon Destination, na estação do Rossio DR
  • Lisboa, Lisbon Destination Hostel, Estação do Rossio
    Lisboa, Lisbon Destination Hostel, Estação do Rossio João Silva
  • Lisboa, Lisbon Destination Hostel, Estação do Rossio
    Lisboa, Lisbon Destination Hostel, Estação do Rossio João Silva
  • Lisboa, Lisbon Destination Hostel, Estação do Rossio
    Lisboa, Lisbon Destination Hostel, Estação do Rossio João Silva
  • Lisboa, Lisbon Destination Hostel, Estação do Rossio
    Lisboa, Lisbon Destination Hostel, Estação do Rossio Filipe Arruda
  • Lisboa, Sunset Destination Hostel, Estação do Cais do Sodré
    Lisboa, Sunset Destination Hostel, Estação do Cais do Sodré João Silva
  • Lisboa, Sunset Destination Hostel, Estação do Cais do Sodré
    Lisboa, Sunset Destination Hostel, Estação do Cais do Sodré João Silva
  • Lisboa, Sunset Destination Hostel, Estação do Cais do Sodré
    Lisboa, Sunset Destination Hostel, Estação do Cais do Sodré Pedro Cunha
  • Lisboa, Sunset Destination Hostel, Estação do Cais do Sodré
    Lisboa, Sunset Destination Hostel, Estação do Cais do Sodré Pedro Cunha
  • Lisboa, Sunset Destination Hostel, Estação do Cais do Sodré
    Lisboa, Sunset Destination Hostel, Estação do Cais do Sodré João Silva
  • Cabeço de Vide: Estalagem Rainha D. Leonor
    Cabeço de Vide: Estalagem Rainha D. Leonor DR
  • Cabeço de Vide: Estalagem Rainha D. Leonor
    Cabeço de Vide: Estalagem Rainha D. Leonor DR
  • Castelo de Vide: Pensão Destino
    Castelo de Vide: Pensão Destino DR
  • Castelo de Vide: Pensão Destino
    Castelo de Vide: Pensão Destino DR
  • Em Mora, está a nascer o Museu Interactivo do Megalitismo
    Em Mora, está a nascer o Museu Interactivo do Megalitismo DR
  • Ecopistas. Monção
    Ecopistas. Monção Paulo Ricca
  • Ecopistas. Sabor
    Ecopistas. Sabor Paulo Ricca

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O turismo à margem dos carris

Volvidos 136 anos, já não há mercadorias e entrar e a sair destes armazéns, mas estes, parte integrante do complexo ferroviário do peso da Régua, estão de cara lavada. Tudo começou em 2008, com a abertura de uma parte dos armazéns, cerca de 205 metros quadrados, como restaurante — Castas e Pratos, CP de acrónimo, inevitável homenagem às origens ferroviárias do espaço. Foi, aventa Manuel Osório, um dos proprietários (o outro é Edgar Gouveia), uma alavanca para a recuperação total do espaço: a autarquia avançou com projecto de requalificação, estabeleceu um contrato de concessão com a Refer, e as obras estão concluídas — falta o protocolo que vai regular a ocupação comercial do espaço.

E se antes, conta Manuel Osório, o CP até poderia passar despercebido no meio do volume abandonado — “muitas pessoas nem reparavam” — agora é quase impossível. Porque uma coisa é certa, é quase inevitável passar pelo armazém numa incursão pelo Peso da Régua, a porta de entrada para o Alto Douro Vinhateiro, e não é necessário chegar de comboio, que continua a ligar o Porto a estas paragens pela Linha do Douro. Na estrada nacional, bem diante do rio, a localização é imperdível — e há uma pequena esplanada à porta para quem quiser ficar a ver o Douro correr do outro lado da marginal.

Mas se há local onde o CP respira ferrovia é na esplanada das traseiras: os carris estão diante de nós, a estação, branca, ao lado, e nós estamos num antigo vagão de transporte de carvão. “Queremos cheiro a comboio”, assume Manuel Osório, “é uma história que queremos manter”. É uma ligação umbilical, intrínseca do CP ao universo ferroviário, que aconteceu mesmo antes de ele existir. Porque tudo começou com o espaço. Manuel Osório e o sócio, naturais da zona, deixaram-se cativar pela “beleza fantástica” do antigo armazém, que estava abandonado há mais de 20 anos, e viram nele um “potencial de negócio incrível”. Quando surgiu a ideia de ocupar o edifício, “notoriamente subvalorizado”, o conceito não estava definido, mas o objectivo sempre foi claro. “Queríamos promover o que é nosso junto daqueles que nos visitam”, explica Manuel. E o “nosso” nestas paragens são as paisagens e os produtos, “vinhos e azeites no top”.

O negócio original começou, então, por ser algo à volta das tapas — e de um grande balcão, à moda espanhola. Manuel Osório tem dificuldade em recordar-se porque a ideia rapidamente evoluiu para a que acabou por concretizar-se — algo “mais versátil”. Em 2008 estávamos a entrar na crise, sublinha, e então havia que potenciar recursos. O três-em-um ganhou: garrafeira, bar de tapas e restaurante. Assim nasceu, assim se mantém o CP — “também fomos felizes na escolha do nome”. “Tivemos muito cuidado, muitas horas para pensá-lo, porque o projecto esteve parado algum tempo por causa da burocracia”, ironiza Manuel. E o nome resume tudo ao que vamos: “comer Douro, beber Douro”. Ou seja, as Castas vêm da vasta lista de vinhos aqui apresentados, com o Douro a dominar; os Pratos são da região duriense: “apesar de a nossa região não ser muito rica gastronomicamente, tem produtos bons” — a base é tradicional, o toque de modernidade é adorno (“mais do que moderno é típico”), tudo servido pelo chef Tiago Moutinho, que aqui está desde o início.

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