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Na Piscina das Marés mergulha-se em monumento nacional

Por Carla B. Ribeiro

A Piscina das Marés, oásis junto ao mar de Leça da Palmeira com assinatura de Siza Vieira, já abriu para mais um Verão de mergulhos.

A Piscina das Marés, localizada em Leça da Palmeira (Matosinhos), reabriu a 15 de Junho e permanecerá aberta ao público até meados de Setembro - das 9h às 19h (o bar encerra pelas 2h), dependendo das condições meteorológicas e da afluência, informou a empresa municipal Matosinhos Sport.  

O valor das entradas varia consoante a duração da visita (meio dia ou um dia), o dia da semana e a idade, podendo custar entre 2,50 (meio dia para uma criança) e 8 euros (1 dia para um adulto ao fim-de-semana). Incluídas neste preço estão as actividades de fitness dentro de água que serão realizadas ao longo de toda a temporada. No exterior, um terreno servirá de palco a uma panóplia de actividades físicas (quem quiser participar sem ir à piscina não paga).

Piscina-monumento

O projecto da piscina, de água salgada, começou em 1959, como se pode ler no livro "Piscina na Praia de Leça de Palmeira” (Lisboa, 2004, Editorial Blau, Lda.), com um tanque paredes-meias com o Atlântico num projecto executado pelo engenheiro Bernardo Ferrão: uma piscina rectangular de 20 por 33,33 metros que pudesse usufruir da renovação de água a cada maré cheia. Depois, tendo em conta o impacto do projecto no urbanismo, Ferrão propôs a contratação de um arquitecto.

Foi o então jovem Álvaro Siza Vieira o escolhido. De imediato, propõe-se a destruir parte do tanque, delimitando, do lado do mar, a área balnear com as rochas graníticas existentes. A parede é de facto destruída, deixando as rochas à vista, mas a ideia de uma piscina ao sabor da maré é posta de parte por razões higiénicas e topográficas.

Siza continua a desenvolver um projecto que, entre 1961 e 1964, passa a incluir as instalações necessárias para o funcionamento da piscina (já a entrada da água do mar passa a ser feita por um poço de filtragem) e, entre 1966 e 1973, é alargado. A obra, que demorou 14 anos, acabaria por ser proclamada Monumento Nacional em 2011.

Por Leça da Palmeira, o nome de Álvaro Siza Vieira não é apenas associado à Piscina das Marés. Outra obra com o seu dedo é a piscina da Quinta da Conceição, inaugurada em 1965 e que, depois de alguns anos sem qualquer utilização, reabriu ao público.  

E, vizinha da piscina das Marés, outra obra de SIza e outra reabertura recente, a da Casa de Chá da Boa Nova, igualmente classificada como Monumento Nacional, que depois de uns anos de aparente abandono e degradação é, desde 2014, um restaurante às ordens do chefe Rui Paula. 

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