Fugas - Motores

  • O BMW Welt, projectado por Wolf Prix, abriu em 2007 e acaba por ser um centro de diversões para adultos que gostam de carros e motas.
    O BMW Welt, projectado por Wolf Prix, abriu em 2007 e acaba por ser um centro de diversões para adultos que gostam de carros e motas. Matthias Robl
  • O complexo constituído pela torre “quatro cilindros”, pela “taça”- museu, pelo “tornado”- BMW Welt e pela fábrica BMW é um dos locais mais procurados pelos turistas em Munique
    O complexo constituído pela torre “quatro cilindros”, pela “taça”- museu, pelo “tornado”- BMW Welt e pela fábrica BMW é um dos locais mais procurados pelos turistas em Munique Matthias Robl
  • O BMW Isetta de 1995 (ao centro) parece um brinquedo e é um dos veículos mais fotografados do museu.
    O BMW Isetta de 1995 (ao centro) parece um brinquedo e é um dos veículos mais fotografados do museu. Matthias Robl
  • A escultura móvel do museu da BMW é um prodígio de sincronização que encanta os visitantes
    A escultura móvel do museu da BMW é um prodígio de sincronização que encanta os visitantes Matthias Robl
  • Matthias Robl
  • Matthias Robl
  • Do alto da Torre Olímpica desfrutamos de uma das melhores vistas sobre os Alpes, Munique e a “cidade da BMW”
    Do alto da Torre Olímpica desfrutamos de uma das melhores vistas sobre os Alpes, Munique e a “cidade da BMW” Matthias Robl

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A “taça” da BMW fez 40 anos e guarda uma história quase centenária

A partir daqui, entramos na história da BMW, intimamente ligada à história da Alemanha do século XX. O próximo módulo leva-nos aos motores de aviões fabricados, a partir de 1916, pelas fábricas de Karl Rapp e Gustav Otto, que deram origem à BMW — a Bayerische Motoren Werke (Fábrica de Motores da Bavieira). Isso foi um ano depois, mas a data de 6 de Março de 1916 ficou como data oficial de fundação da marca. Foi em 1917 que se criou o emblema da BMW, que, tirando o tipo de letra, não sofreu grandes alterações ao longo os anos: um círculo redondo, com uma moldura negra com as letras B, M e W e com o círculo interior dividido em quatro partes azuis e brancas (as cores da Bavieira) alternadamente: significa uma hélice de avião no céu azul da Baviera. “Uma interpretação que não é necessariamente verdadeira, mas que nós adoptamos e promovemos”, diz o guia do museu num registo de humor muito germânico. É que os bávaros sabem que raramente tem oportunidade de ver na Baviera …o “céu azul da Baviera”.

Depois veio a I Guerra Mundial que, em 1918, por força do Tratado de Versalhes, deixou a Alemanha proibida de produzir aeronaves e motores de avião. A BMW adaptou-se e passou a produzir travões para comboios e motores de bordo.

Em 1923, voltou a readaptar-se com um produto que a lançou definitivamente, em termos de prestígio: o motociclo R 32, um dos veículos preferidos de Ralf Rodepeter. “Até então, as motos eram basicamente velocípedes com motores acoplados. A R 32 foi a primeira moto concebida de raiz como motociclo e foi um enorme sucesso”, recorda. Como se compreende neste museu, a BMW também é muito ciosa na defesa dos seus pergaminhos de fabricante de motociclos premium. A criação da R 32 é assinalada este ano com uma “edição especial 90 anos” da sua R 1200 R e com um modelo específico, de idêntica motorização, a que chamou nine T, que chega ao mercado português em 2014.

O automóvel foi coisa que a BMW só começou a produzir em 1928, após comprar outra empresa, a Fahrzeugfabrik Eisenach. Até ao eclodir da II Guerra Mundial, os pequenos carros da BMW eram a versão alemã da britânica Austin, cujas linhas, a partir de 1932, a BMW passou a ter permissão para alterar.

Muito à frente

Em 1936, a BMW produziu um carro próprio que é uma das peças favoritas do director do museu: o desportivo 3.28. “Era sobretudo muito leve e uma obra-prima de engenharia. Estava tão à frente do seu tempo, até em termos de design e aerodinâmica, que vem daí a nossa tradição em carros desportivos.” O 3.28 é merecidamente uma das estrelas do museu. Ganhou as 24 horas de Le Mans com mais de 16 minutos de vantagem sobre o segundo classificado. “Ganhou corridas antes da II Guerra Mundial e continuou vencê-las depois da guerra, nos anos 50. Imagine-se o que isto significa no mundo da Fórmula 1, no qual o carro que foi campeão num ano dificilmente continuará a ser competitivo no ano seguinte”, sublinha Rodepeter.

Foi preciso esperar até 1939 para a BMW debutar no segmento dos sedan de luxo. “Era uma altura estúpida para o fazer, com a guerra à porta. Mas prova que é preciso ter uma longa história para afirmar uma marca no segmento dos automóveis premium”, sublinha Ralf Rodepeter. Durante a II Guerra Mundial, a BMW, como outros grupos industriais alemães, ficou sob domínio nazi e contou com prisioneiros do regime a fazer trabalho forçado — um facto que a marca diz lamentar no seu site, pedindo desculpas por tal, mas que está ausente na história contada no museu.

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