Fugas - Motores

  • O BMW Welt, projectado por Wolf Prix, abriu em 2007 e acaba por ser um centro de diversões para adultos que gostam de carros e motas.
    O BMW Welt, projectado por Wolf Prix, abriu em 2007 e acaba por ser um centro de diversões para adultos que gostam de carros e motas. Matthias Robl
  • O complexo constituído pela torre “quatro cilindros”, pela “taça”- museu, pelo “tornado”- BMW Welt e pela fábrica BMW é um dos locais mais procurados pelos turistas em Munique
    O complexo constituído pela torre “quatro cilindros”, pela “taça”- museu, pelo “tornado”- BMW Welt e pela fábrica BMW é um dos locais mais procurados pelos turistas em Munique Matthias Robl
  • O BMW Isetta de 1995 (ao centro) parece um brinquedo e é um dos veículos mais fotografados do museu.
    O BMW Isetta de 1995 (ao centro) parece um brinquedo e é um dos veículos mais fotografados do museu. Matthias Robl
  • A escultura móvel do museu da BMW é um prodígio de sincronização que encanta os visitantes
    A escultura móvel do museu da BMW é um prodígio de sincronização que encanta os visitantes Matthias Robl
  • Matthias Robl
  • Matthias Robl
  • Do alto da Torre Olímpica desfrutamos de uma das melhores vistas sobre os Alpes, Munique e a “cidade da BMW”
    Do alto da Torre Olímpica desfrutamos de uma das melhores vistas sobre os Alpes, Munique e a “cidade da BMW” Matthias Robl

Continuação: página 5 de 6

A “taça” da BMW fez 40 anos e guarda uma história quase centenária

Este é o espaço do presente das marcas do grupo, mas logo à entrada há recados do passado para o futuro. Só não estão é à vista. No chão, sob a primeira pedra do edifício, colocada numa grande festa em 2004, estão os votos de boa sorte dos convidados ilustres, do mundo da política e da economia, e uma cápsula do tempo, com recortes de jornais e tudo o mais que possa mostrar aos vindouros como era isto em 2004.

Noutro andar decorrem as cerimónias de entrega de veículos. Há compradores que fazem questão de os receber aqui. Há vários tipos de cerimónia de entrega, para vários preços, que podem ou não ser oferecidas pelos concessionários. A cerimónia mais cara inclui mais convidados, VIP lounge, champanhe, luzes especiais, carros em plataformas giratórias. Há quem tenha aproveitado a cerimónia do carro para se declarar e convidar alguém a ser o seu pendura para o resto da vida. Coisa de novo-rico? O director do BMW Welt, Thomas Muderlak, vê as coisas com outra compreensão — e tacto comercial. Recorda que também há casais que pouparam uma vida para adquirir um BMW. Que há self-made men que trabalharam muito e que sentem o BMW como uma prenda que devem a si próprios. E vêm aqui americanos, árabes ou australianos que nem sequer podem levar o carro para casa a conduzir, como os europeus. Mas saem da cerimónia pela mesma rampa que os alemães, que a BMW arranja-lhes matrículas provisórias para que possam circular alguns dias pela Europa no carro novo, antes de este ser expedido para o país de destino. Não podem é ir para a Suíça, onde essas matrículas não valem e aonde já foi preciso ir buscar clientes e carro à esquadra, ri agora Thomas Muderlak. Na altura, foi uma aflição e ninguém achou piada.

Quem tiver tempo, boa condição física e estiver prevenido com calçado confortável também pode e deve visitar, entre o museu e o BMW Welt, a fábrica. Neste complexo trabalham cerca de 9000 pessoas, mas chegámos ao fim do percurso de quase quatro quilómetros tendo visto apenas poucas centenas, no máximo. O que se vê muito são os robots cor-de-laranja, que passam partes do carro uns aos outros num curioso bailado, com poucos seres humanos presentes, a fazerem apenas controlo de qualidade. À medida que se avança na linha de produção vamos vendo mais gente. Mas o que impressiona mesmo são as máquinas, que giram e trocam as suas componentes para se adaptarem aos vários modelos que lhes surgem à frente e que identificam automaticamente. O guia vai-se esforçando por humanizar a visita. “Sábado é o dia de lavar a roupa suja”, diz a propósito das “mangas” dos robots que tratam da pintura dos carros.

O triciclo que não cabia

Os trabalhadores da BMW têm três dias livres por semana e cumprem horários de 35 horas semanais. São encorajados, com prémios monetários, a propor soluções para tornar os produtos mais competitivos e o processo de fabrico mais eficiente. Há uns anos, um deles descobriu que o triciclo da filha não cabia na mala de um carro em produção. Nas horas livres, fez umas alterações no seu carro que aumentaram consideravelmente a capacidade da bagageira. Numa festa, mostrou o que tinha feito aos colegas e o caso tornou-se conhecido na fábrica. A empresa adoptou essa solução na versão seguinte do modelo e deu-lhe o prémio mais generoso de sempre para estas contribuições. Quanto? Isso ficou entre eles.

--%>