Situado na Marina 59, em Queens, Nova Iorque, o projecto junta os conceitos de barco e hotel num só e, ao mesmo tempo, constrói-se a partir de uma instalação artística interactiva e sonora. “Não somos um verdadeiro hotel. Na melhor das hipóteses isto é uma aventura e, na pior, um projecto de arte”, descrevia Constance Hockaday, a artista responsável pela ideia, ao New York Times por altura da inauguração deste Boggsville Boatel — um nome inspirado em Nancy Boggs que, no século XIX, criou um bordel flutuante no rio Willamette, em Portland.
O alojamento, disponível de quarta a domingo até 1 de Novembro, é feito numa das 16 instalações flutuantes, ancoradas a uma plataforma, que resultam de várias intervenções feitas aos barcos dos anos 70 que nela se encontravam abandonados. A recuperação foi executada recorrendo à reciclagem de materiais abandonados e já envolveu a participação de 23 artistas (entre os quais, Kelie Bowman, a dupla Tory Censits & Arielle Avenia ou Alana Fitzgerald). Além do alojamento, o Boggsville aposta ainda num conceito de boat in-theatre que permite aos hóspedes a visualização de filmes temáticos sobre a água através de um grande ecrã disponível numa das casas flutuantes.
O que poderia ser o local perfeito para fugir da confusão citadina de Nova Iorque acaba, porém, por ser contrabalançado pelo facto de a marina estar localizada próximo do Aeroporto Internacional JFK, com os céus a serem permanentemente cruzados por aviões comerciais, e muito perto de Rockaway Beach, uma enseada onde habitam cerca de quatro mil pessoas.
Uma das características do Boggsville é o facto de não ser verdadeiramente um negócio: é um projecto sem fins lucrativos, no qual todas as rendas são convertidas em donativos. Os barcos disponíveis têm capacidade para no mínimo três e no máximo cinco pessoas e os preços por uma noite variam entre os 50 e os 100 dólares (40€ a 80€).
