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Nelson Garrido

Teleférico da Penha pára até Abril

Por Abel Coentrão

O teleférico de Guimarães vai ser alvo de revisões que vão custar 340 mil euros à Turipenha.

O Teleférico da Penha, em Guimarães, vai estar parado até 4 Abril para duas grandes intervenções no equipamento. Parte dele será mesmo levado para França, para inspecção.

As revisões vão custar 340 mil euros à Turipenha, acrescidos da perda de rendimentos nestes três meses. Segundo o secretário da direcção desta cooperativa detida maioritariamente pelo município, Paulo Barbosa, o valor é superior à facturação de um ano normal, que ronda os 300 mil euros.

Esta paragem no teleférico acontece nos meses em que habitualmente é menor a procura por parte dos turistas que experimentam a viagem de 1646 metros entre Guimarães e o monte da Penha. Mas o período de final de Outono e início de Inverno chuvoso já correu mal à cooperativa, que, dado o mau tempo registado também nos primeiros meses de 2013, admite que o resultado do ano que agora terminou esteja próximo do de 2011 e bastante abaixo do de 2012. “Devemos ter vendido umas 200 mil viagens”, perspectiva o responsável, recordando que em 2012, ano da Capital Europeia da Cultura, se terão vendido uns 250 mil bilhetes.

“Se adivinhássemos, teríamos encerrado em meados de Novembro”, declarou ao PÚBLICO Paulo Barbosa, explicando que, além da chuva, que afasta os turistas, o vento obriga à paragem do teleférico, por motivos de segurança. Foi o que aconteceu no primeiro dia de 2014. O período de Natal, tradicionalmente interessante para o turismo em Guimarães, desde que haja uma nesga de sol, acabou por ficar marcado também por um incidente com um cabo que obrigou à interrupção do serviço durante três dias, para reparação. Já no domingo, dia solarengo, 600 pessoas utilizaram este equipamento.

Agora, quem quiser vencer o desnível de quase 400 metros entre a cidade e o monte a bordo do primeiro teleférico instalado em Portugal vai ter de esperar até 4 de Abril, data prevista para a conclusão da quarta grande revisão do equipamento. “A dimensão e complexidade da intervenção, que será realizada por uma empresa francesa especializada neste tipo de operações com o apoio da equipa técnica da Turipenha, inviabiliza qualquer possibilidade de manter em funcionamento o teleférico: uma parte significativa do equipamento, incluindo as duas estações e todas as bases dos postes, serão objecto de intervenção”, explica a empresa.

Em simultâneo, e para evitar nova paragem deste serviço no próximo ano, a Turipenha antecipou a revisão quinquenal das 41 pinças que seguram as outras tantas cabinas ao cabo de tracção, bem como o teste à carga e inspecção do próprio cabo. E, segundo Paulo Barbosa, as pinças vão mesmo ser enviadas, dentro de dias, para França, de onde só regressarão em Março. “É um tempo longo, claro, mas isso traz-nos garantias de segurança essenciais num equipamento destes, que, como um automóvel, está sujeito a revisões periódicas”, assinalou Paulo Barbosa.

Quando voltar a funcionar, o Teleférico da Penha terá preços actualizados. Em média, o custo aumenta 2,2%, mas isso varia de tarifa para tarifa. O bilhete individual de ida e volta, que custava 4,40 euros, vai passar a custar 4,5 euros”, exemplificou este elemento da direcção da cooperativa. “Estamos a praticar um preço unitário baixo, quando comparado com os outros teleféricos do país”, comentou Paulo Barbosa.

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