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Paulo Ricca

Durante dez dias, Silves vai viver no século XI

Por Lusa

Feira Medieval começa esta sexta-feira. A recriação histórica dura até 20 de Agosto e traz, entre várias outras actividades, homenagem ao poeta Ibn Ammar.

A 14.ª edição da Feira Medieval de Silves, no Algarve, começa sexta-feira e proporcionará aos visitantes 10 dias de recriação histórica dessa época, dando a conhecer o poeta árabe Ibn Ammar, disse a presidente da autarquia.
Rosa Palma antecipou à agência Lusa a feira medieval, que termina a 20 de agosto e que irá "dar a conhecer Ibn Amar, que foi um poeta, mas foi também um responsável por esta cidade de Silves em termos políticos", realçou a autarca, referindo-se a essa figura do século XI, no tempo da ocupação árabe do que hoje é o Algarve.

"Como a nossa feira medieval de Silves se distingue das outras feiras precisamente porque pretendemos dar uma recriação histórica verídica a todo o nosso espaço do quotidiano do dia-a-dia, então as vivências que vamos ter são efectivamente retratos verdadeiros do que foi a época", assegurou a presidente da Câmara algarvia, uma das 16 do distrito de Faro.

A autarca adiantou que "cada dia é diferente do outro" e os visitantes vão poder contar com "muita animação, pessoas trajadas a rigor, manjares incríveis", assim como "dois espectáculos, um torneio medieval e uma recriação adequada ao tema" desta edição, cujo palco será o castelo local e que "foi criada de propósito" para a feira em Silves.

"Por isso convidamos todos a estar presentes", sugeriu Rosa Palma, reconhecendo que o evento é um marco importante para a economia do município, porque "envolve não só o comércio local, mas também todas as colectividades do concelho", sendo "sem dúvida um marco essencialmente económico para estes comerciantes".

A presidente da Câmara de Silves reconheceu que, sem estes eventos, é difícil que os muitos visitantes do Algarve deixem o litoral e a feira medieval tem também como objectivo puxar visitantes para a cidade, que se localiza mais no interior. "E permite que as pessoas nos queiram visitar e voltem todos os anos, porque há pessoas que repetem todos os anos a feira medieval", acrescentou.
A mesma estimou que, nos 10 dias do evento, possa ser ultrapassado ou, pelo menos, igualado o número de visitantes do ano passado, que quantificou em cerca de 130 mil.

Rosa Palma destacou ainda as preocupações ecológicas que a autarquia tem com o evento, ao colocar locais de recolha selectiva de resíduos pela cidade.
"Este é o terceiro ano em ECOevento, para que haja aqui uma certa sensibilidade ambiental, apesar de estarmos na época medieval. E apelamos à parte da educação ambiental, que tem sido uma prática muito boa e que envolve as pessoas na iniciativa", congratulou-se a autarca, sublinhando que estes resíduos são depois recolhidos pelos funcionários do município.

Rosa Palma frisou que o evento "envolve todos os operacionais e é todo ele feito pela própria câmara", que investe cerca de 250.000 euros na iniciativa.
"É um investimento suportado pela autarquia, mas é um investimento, não é um gasto, porque se pretende envolver todas as colectividades e as pessoas que nos visitam vêm depois cá a tentar vivenciar de outra forma aquilo que temos na nossa cidade, porque todas as nossas ruelas e a própria malha urbana têm características únicas que envolvem as pessoas, mesmo sem ter as ruas caracterizadas como vamos ter na feira medieval", justificou.
 

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