Fugas - restaurantes e bares

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Sangue na Guelra chega com uma pergunta: para onde vai a cozinha portuguesa?

Por Alexandra Prado Coelho

Um simpósio, um festival de rua e quatro jantares. O festival dos jovens cozinheiros vai ocupar todo o mês de Maio e promete agitar as águas.

O festival Sangue na Guelra, que chega em Maio com vários momentos ao longo do mês, quer, nesta 5ª edição, ir mais longe do que alguma vez foi. Quer agitar as águas, impulsionando o Novo Movimento da Cozinha Portuguesa, quer sair para a rua com o Lisbon Food Festival, e quer continuar a apresentar em Lisboa os melhores jovens chefs do mundo.

É preciso, então, tomar nota de três momentos: o Simpósio, a 5 de Maio, para discutir o futuro da cozinha portuguesa, no Hub Criativo do Beato, o festival de rua nos dias 6 e 7 de Maio, com vários cozinheiros nacionais e internacionais, e quatro jantares, a 14, 15, 16 e 22.

"E agora? Em que direcção vamos levar a nossa cozinha?" Estas são as perguntas que serviram de ponto de partida para a provocação que os organizadores do Sangue na Guelra, Ana Músico e Paulo Barata, lançaram a alguns dos principais chefs portugueses. Começaram por ouvir muitas pessoas que partilham as mesmas preocupações e chegaram a “quatro dos grandes pilares da nossa gastronomia”: sangue, sal, frituras e pão.

É a partir destes que os cozinheiros – divididos em quatro grupos dinamizados por João Rodrigues (Feitoria), José Avillez (Belcanto), Henrique Sá Pessoa (Alma) e Alexandre Silva (Loco) – vão trabalhar. Participam, para além dos chefs referidos, Pedro Pena Bastos (Esporão), Tiago Bonito (Lisboeta), Milton Anes (Arola Lab), Hugo Brito (Boi Cavalo), Rodrigo Castelo (Taberna Ó Balcão), Tiago Feio (Leopold) e Semi Hakim (Kok Projekt).

Os resultados serão apresentados no dia 5 no Simpósio que conta com a presença da mais respeitada referência da gastronomia nacional, Maria de Lourdes Modesto, do director do festival Peixe em Lisboa, Duarte Calvão, do jornalista e curador de eventos gastronómicos Andrea Petrini e ainda, vindo de Londres, de Nuno Mendes (Taberna do Mercado).

Lançado o debate, os dois dias seguintes são dedicados à comida propriamente dita com a possibilidade de se provar a versão de comida de rua de, entre outros, Juan Azoritz, sous-chef do Mugaritz, Sá Pessoa, Avillez, Leo Carreira (Londrino, Londres), Alexandre Silva, João Rodrigues, Hugo Nascimento (Tasca da Esquina) ou Ljubomir Stanisic (Bistro 100 Maneiras).

Os jantares que são a imagem de marca do festival desde a primeira edição, dando toda a atenção e destaque a jovens cozinheiros de talento, desta vez acontecem em quatro restaurantes diferentes espalhados pela cidade.

O Bistro 100 Maneiras vai receber Milton Anes (Lab), Fábio Quiraz (Paparico), Leo Carreira (Londrino) e Chase Lovecky do The Clove Club, também de Londres. No Alma, o palco será dado a duas estrelas internacionais: Kondo Takahiko, que vem da Osteria Francesca, em Modena, Itália (actualmente o segundo melhor restaurante do mundo na lista do World’s 50 Best), e Karime Lopez, do Central, em Lima, que ocupa a 5ª posição na mesma lista.

Dia 16, o festival passa para o Varanda do Ritz onde Carlos Cardoso recebe Gil Fernandes (Fortaleza do Guincho), Jordan Bailey (Maaemo, Oslo) e Ricardo Machado (Beco Cabaret Gourmet). O Sangue encerra no dia 22 com Rodrigo Castelo (Taberna Ó Balcão), Pedro Almeida (Midori), Pedro Pena Bastos (Esporão) e Emília Reis (Vista) a mostrar o muito que se pode fazer com peixes de rio.

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