Volkswagen “Carocha”
Nunca se deixou atrair por carros. Prefere o comboio. “É o melhor meio de transporte do mundo”. Gosta da sensação de liberdade de caminhar entre carruagens, de ler, escrever e fazer o que a vontade mandar sem que isso comprometa a deslocação.
Eunice Muñoz tirou a carta aos 30, já casada, e por necessidade de se deslocar de e até Lisboa para espectáculos que invariavelmente terminavam tarde. Lembra-se que foi o marido quem comprou o seu primeiro carro, um Ford, mas não recorda qualquer outro pormenor relacionado com o veículo. A este juntaram-se outros, perdidos numa memória pela qual passaram velozes, sem deixar rasto.
O sortudo de quatro rodas capaz de despertar ternura na conceituada actriz foi um Volkswagen “Carocha”. Guardou três na garagem e só deixou de os comprar porque considera os automóveis alemães um pouco duros. “Já não tenho idade para carros assim. Os franceses são mais doces, mais confortáveis” e por isso hoje em dia conduz um Citroën. O modelo? Não sabemos.
Nem nós nem Eunice Muñoz, que não fixa “essas coisas”.
Nunca sonhou com um automóvel caríssimo nem destaca nenhuma aventura a bordo de um veículo de quatro rodas. Desliga-se de tudo o que tenha a ver com motores, já que nem sequer gosta de conduzir. Prefere ser conduzida por alguém em quem confia. Aliás, conta deixar de conduzir brevemente, antecipando as limitações que prevê que a idade venha a impor. “Vou passar a imitar o La Feria: não tenho carro, mas tenho todos os táxis de Lisboa”, cita risonha.
“É muito bonita a viagem de comboio entre Paço de Arcos [onde a actriz vive] e Lisboa, com a vista para o rio que parece mudar todos os dias”.