Fugas - Viagens

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Cerveira tem muitos segredos à espera de quem os descubra

Os moinhos em ruína foram recuperados com o apoio de fundos comunitários e são hoje geridos pela freguesia de Reboreda. No interior de cada um deles há pequenas maquetas coloridas que ajudam a perceber o ciclo de cultivo do milho e o do topo ainda funciona.

O espaço, associado ao parque de lazer que se encontra ao cimo da encosta, deixa o presidente da junta, Bessa Marinho, orgulhoso. Não só pelo trabalho de reabilitação realizado, que deixou os moinhos “muito parecidos com o que foram no passado”, como pela curiosidade que tem suscitado. “Isto aqui é muito frio em Dezembro e Janeiro, e nós queríamos fechar nesses meses, mas não nos deixaram. Vêm cá muitos espanhóis e disseram-nos logo ‘nem pense em fechar’”, diz.

Entramos em todos os moinhos, continuamos até ao parque, com uma queda de água que a chuva dos últimos meses fez crescer e olhamos para o muro que Marina aponta, nas imediações. “Ali há uma cache, mas ainda não me atrevi a meter as mãos naqueles buracos para descobrir onde está. Não sei que bichos sairiam dali”, diz, a rir.

Subimos e agora descemos. O chão está enlameado e coberto de restos de pinheiros recentemente cortados e cujos troncos se alinham junto à estrada. Atravessamos o asfalto e continuamos a descer. Não tarda a estarmos completamente rodeadas por loureiros, salgueiros e exemplares do carvalho-alvarinho. Sob os nossos pés há um verdadeiro tapete de folhas, ramos e musgo. O som da água a correr acompanha-nos e não tarda a que nos deparemos com outro pequeno curso de água. É preciso saltar a ribeira para chegar ao outro lado e pararmos a observar o azevinho, com as suas folhas pontiagudas nos ramos mais baixos e de rebordos lisos nos ramos mais altos. “As folhas mais baixas são recortadas e picam nas pontas por uma questão de defesa. Como as folhas mais altas estão fora do alcance, já não precisam de ser protegidas e são lisas”, explica Marina.

Do chão brotam agora flores amarelas, as primaveras ou prímulas, comestíveis e alegres. Há violetas selvagens mais à frente e um arbusto de gilbardeira. “Em Monção ainda aproveitam os galhos da gilbardeira para fazer vassouras, depois de secos”, diz a nossa guia. Mais uns passos, já com as botas cobertas de lama, e estamos num campo de cultivo. Dali a nada desembocamos junto a um cruzeiro de 1838, que Marina aponta, dizendo: “Os cruzeiros foram uma das coisas que a prática cristã teve de herdar da pagã. Eram colocados nas estradas e dizia-se que serviam para guiar as almas para o sítio certo.”

Bruno já nos espera no carro para nos levar até ao Monte da Nossa Senhora da Encarnação. Paramos junto à Atalaia, depois continuamos a subir, até ao Miradouro do Cervo.

Lá em cima, um grupo de espanhóis admira a vista e a escultura de José Rodrigues, que se tornou o símbolo mais conhecido do concelho. O rio Minho brilha sob o sol quente, com as ilhas dos Amores (onde o avô de Marina conheceu a esposa, conta ela), da Moega e da Morraceira bem visíveis. Do outro lado, a Galiza é um vizinho próximo. “Aquelas manchas verdes mais claras que se vêem nas encostas, estão a ver? São produções de alvarinho. Estão a fazer uma enorme aposta do lado de lá, mas a qualidade não é a mesma”, diz Marina, apontando para a outra margem do rio. Ali em cima, na montanha, o ar gela, mas só enquanto não começamos de novo a caminhar.

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