Com esta aquisição, a família Guedes segue o movimento de outras empresas de fora que têm vindo a estender-se ao Douro, como são os casos das alentejanas Herdade do Esporão, Herdade dos Grous e João Portugal Ramos. Para a Aveleda — que além dos Verdes, onde possui cerca de 230 hectares, também já está na Bairrada , com a Quinta da Aguieira (25 hectares) — não é bem uma estreia ablsouta no universo vinícola duriense. Há muitos anos que a empresa comercializa vinhos do Douro (com a marca Charamba), mas tem-no feito comprando lotes na região a diferentes produtores. Como produtora das suas próprias uvas e vinhos, será a primeira vez, e este passo culmina um velho sonho da família proprietária da Aveleda, que, apesar de ter estado sempre ligado ao Minho e aos vinhos verdes, também esteve na origem da Sogrape.
O Douro foi sempre um objectivo da empresa e, quem conhece a forma de actuar da família Guedes (ramo minhoto), sabe que não há nada de especulação por trás deste negócio. A Aveleda vai para o Douro para crescer e ficar por lá durante as próximas gerações.
A família Guedes está ligada ao negócio do vinho e à agricultura há 14 gerações, mas como produtora vai na quinta geração, liderada por Martim Guedes, que se escusou a comentar a compra das Seis Quintas Martue enquanto o negócio não for oficializado. A proposta da Aveleda já foi aceite, mas falta ser homologada pelo tribunal, o que deverá acontecer dentro de poucos dias. A aquisição vai custar à empresa cerca de metade dos lucros que obteve em 2015, ano em que facturou mais de 30 milhões de euros.