De volta ao quarto, o que domina são mesmo as janelas, duas, que se levantam quase até ao tecto - e, estando nós no último andar do hotel, o pé direito é bem pronunciado. O resultado é o que se sabe: muita luz natural, que se agradece, ainda mais num dia como este. Corremos os estores e o que vemos lá fora é gratificante: um ambiente bucólico, fruto da chuva, sim, e do rio que corre turvo, mas também das oliveiras que se espalham pelos 13 hectares da quinta onde está instalado o Duecitânia. É fácil imaginarmo-nos aqui num dia de Primavera, com céu azul, água límpida e pastos verdes em redor.
Não é o que temos agora, por isso voltamo-nos para dentro e concluímos a inspecção ao quarto. Duas camas, área de trabalho junto a uma das janelas, TV de ecrã plano, um cadeirão de acrílico - uma decoração "leve e contemporânea", como já tínhamos lido no site do hotel. O roupeiro é aberto, o que significa que se trata apenas de um varão na parede, e preferíamos que não estivesse localizado imediatamente por cima do minibar, mas, no nosso caso, o contratempo não é de monta.
Antes que anoiteça, ainda paramos no bar, o Tabernae. Apesar do mau tempo, há um casal que aproveita uma trégua e se aventura na esplanada com vista para o jardim que, apostamos, será uma das grandes mais-valias em dias de calor. Não hão-de ficar muito tempo, que a chuva voltará a fazer das suas em breve.
Lá fora já é o dilúvio. Estamos agora no restaurante, com vinho tinto no copo e, para inícios de conversa, um crepe de cogumelos e farinheira no prato. Definitivamente, estes romanos estão tudo menos loucos.
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Como ir
Do Porto e de Lisboa, seguir pela A1 e sair em direcção a Condeixa. Tomar depois a A13 e sair em direcção a Penela. O hotel, e as indicações para ele, aparecem logo a seguir.
Onde comer
O restaurante do Duecitânia, o Gustatio, será sempre uma opção, até porque, para hotel, tem preços simpáticos. Quem quiser pode inclusive experimentar o menu romano preparado pelo chef Helder Caetano. Em Penela, costumam aconselhar o D. Sesnando, mas esse a Fugas não testou. Experimentou, sim, o Varanda do Casal, na aldeia de xisto de Casal de São Simão, a uns 20 minutos de Penela, e recomenda.
O que fazer
Em Penela, obrigatória a visita ao castelo, declarado monumento nacional já em 1910 e de onde se tem uma vista privilegiadíssima sobre as serranias da zona. De resto, os vestígios romanos no concelho são uma das mais-valias de Penela e é proibido abandonar a região sem uma visita ao Rabaçal. Primeiro ao museu, na freguesia homónima, onde se tem uma visão geral da implantação e legado dos romanos, através da exposição Villa Romana do Rabaçal: era uma vez... Feitas as apresentações no espaço museológico, parte-se para a estação arqueológica (a VillaRomana propriamente dita, datada do século IV d.C.), que inclui a residência senhorial, o balneário, a área rústica e os sistemas elevatórios de água. O circuito completa-se com a subida à Chanca, com belveder sobre o povoamento e a paisagem. Ainda no capítulo romanos, diga-se que o Rabaçal fica a 12 quilómetros de Conímbriga.
Visitar as aldeias do xisto é também um programa mais do que recomendável. No concelho de Penela há uma, Ferraria de São João, mas, sinceridade acima de tudo, Casal de São Simão, no município de Figueiró dos Vinhos, tem outro encanto.
- Nome
- Duecitânia Design Hotel
- Local
- Penela, Espinhal, Ponte do Espinhal
- Telefone
- 239700740
- Website
- http://www.duecitania.pt