Fugas - restaurantes e bares

  • Paulo Pimenta
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O Porto recupera o Swing

Já se vê que o novo-velho-Swing não está para brincadeiras. Aliás, agora até tem uma zona VIP, algo que nunca antes existiu. Elitista? "Não é para distinguir pessoas, é simplesmente um espaço para as pessoas que colaboram connosco, clientes de garrafa...". Mas distinguir pessoas é algo que o Swing agora permite. Porque outra grande diferença do Swing é a decoração. Resumindo, foi do escuro para o claro, "onde toda a gente se pode ver". "O Swing já é cave, se se escurece torna-se um submundo", constata. E ali, não se quer "esconder ninguém". Tudo às claras, portanto. Mesmo se descendo as escadas um pouco íngremes ainda se tenha a sensação de estar a entrar num local secreto.

Mas agora há mais luz - nas escadas, por exemplo, um candeeiro a fugir para o barroco incrustado em trabalho de estuque, ilumina a passadeira vermelha. Descemos, portanto, as escadas (voltaremos ao rés-do-chão mais tarde) e deparamo-nos com uma parede de ferro trabalhado - é uma espécie de biombo, reluzente de novo (e vai repetir-se como painel nas paredes). À direita, o balcão de pagamento e bengaleiro, à esquerda abre-se o Swing, negro, branco e cinza a dominarem. O primeiro bar, linhas clean, lá está, defronte para outro, na outra margem da pista, onde antes era a cabina do DJ (são quatro bares, "mais funcionais no rolar pela casa"). E a pista, que já é ícone, mantém-se intacta: azulejos vermelhos, cor-de-tijolo, negros, demarcada pelas gordas colunas que brilham alvíssimas. No topo da pista, está a nova cabina, branquíssima também (rotulada: Swing Club) - é púlpito, é palanque. E é fronteira: ladeada por separador de vidro, daí para trás a zona é reservada. É verdade, o Swing para todos encolheu. O espaço VIP tem alcatifa negra e mobiliário branco - poufs, sofás de encontro a parede acetinada, pequenas mesas retro-iluminadas que parecem geleiras e pequeno bar oval.

E subimos a escadas novamente. Vamos à entrada para seguir para o bar-grill (mantém-se a tradição) que é uma espécie de sala de estar do Swing - e o único local onde fumar é uma interdição. Não é que tenha muito espaço para sentar, mas a decoração neo-clássica-kitsch convida a estar, apenas. O "claro" aqui é óbvio: sobressaem as colunas "clássicas" e as estátuas (quais serão as mais brancas?) em cada canto, os espelhos, os candeeiros de parede e os lustres. No tecto, um "fresco" - traços de A Criação de Adão com cupidos à solta rodeando a "marca" Swing Club, tudo iluminado por dentro - contempla a sala, onde se impõe, central, o balcão com cabedal embutido que rodeia uma réplica do armário que já existia anteriormente e que parece saído de uma sala de jantar formal.

E neste rés-do-chão, a meio caminho entre a entrada e lounge, mais uma ligação ao passado. As memórias estão plasmadas numa parede, ao estilo de colagem, nos rostos que fizeram a história do Swing ao longo de três décadas. É uma espécie de best of. Que, desde 9 de Julho, espera por novos capítulos. E muito swing: "O mito é para manter".

Referências

Febre de domingo à noite
Quem conheceu o Swing não esquece o célebre "Baile dos Bombeiros" que tantos domingos animou. Em mais um piscar de olhos nostálgico, o Swing vai abrir todos os primeiros domingos do mês, com noites temáticas. O Baile dos Bombeiros fará aparições, mas não será exclusivo. Exclusiva será a entrada. Estas festas não serão de porta aberta, mas por convite.

Nome
Swing Club
Local
Porto, Massarelos, R. Júlio Dinis, 766
Telefone
226100019
Horarios
Quinta a Sábado das 00:00 às 06:00
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