Fugas - restaurantes e bares

Raquel Esperança

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O que é Artis, é bom

Detalhes da decoração sublinham continuamente a tal portugalidade, com nichos à Vida Portuguesa, onde se guardam postais e produtos icónicos, se vêem galos de Barcelos, táxis antigos, sabonetes deluxe ou peças Bordalo Pinheiro, além das paredes ostentarem antigos reclames de Porto ou Ginja. Já a música tem menos de nacional, mantendo algum jazz de antigamente e criando ambiente, entre o jazzy e o chill out, de vez em quando com retoques portugueses, mas sempre apenas banda sonora para conversas sem nunca se impor.

Referências

Mudam-se os tempos
O novo Artis posiciona-se para uma clientela "mais madura e exigente, que gosta de conversar à volta de um copo de bom vinho e de um petisco, ou mesmo de outra qualquer bebida espirituosa ou licorosa que seja produzida em Portugal". E sublinhe-se o "Portugal": a casa quer mesmo ser "um produto 100% português". Nos próximos tempos, adianta Victor Prego de Castro, um dos proprietários, pretende-se dar "um cunho cultural ao espaço" e já há planos para abrir o Artis a "pequenas animações que poderão passar pela poesia, fado de Coimbra e até à actuação de jovens músicos". Com tantos produtos de qualidade com chancela portuguesa, outra das ideias futuras, explica-nos agora Flávio Fernandes, é a possibilidade de começar a vender produtos para levar. Se quiser fazer um teste à defesa do "Artis 100% português", tente pedir um whisky ou um vodka. Adiantamos-lhe já parte da resposta: "Não temos, não são produtos nacionais ou não poderíamos garantir a sua qualidade". Apetece-lhe algo destilado? Sai mais é mais uma aguardente.

As artes da lista
A melhor maneira de explicar a imponente lista seria mesmo usar estas páginas para imprimi-la e caso arrumado. Não sendo possível, fique com a certeza de uma vastidão de escolhas primorosas em matérias de vinhos: verdes (Soalheiro, de Melgaço, Dourado), brancos (Três Bagos Sauvignon, Verdelho do Esporão, Fiúza Chardonnay, Grous Reserva), tintos (o abre-te parêntesis não chega mas venha o enófilo e escolha: dos jovens e frutados Paulo Laureano Clássico, Quinta de Cabriz Colheita Seleccionada ou Luís Pato; aos aromáticos e encorpados Lima Mayer, Aneto ou Palácio da Bacalhôa; a ex-líbris como o Barca Velha 95 ou 99 ou Quintas de Vale Meão de 2000 a 2006). Depois não faltam moscatéis (Armagnac Domingos Soares Franco Colecção Privada ou Horácio Simões), Portos (todos os clássicos e Vintage à garrafa), Madeiras (Sercial, Bual, Verdelho), de licores portugueses (de alfarroba a poejo, de bolota a amoras silvestres) e ginjas (Alcobaça MSR) e aguardentes (velhas como Cerejeiras ou Aldeia Velha, de frutos como medronho ou figo, bagaceiras como Qta. S. Franciso ou Cabriz). Uma espécie de "viagens na minha terra" líquida, até porque o que está entre parêntesis é apenas exemplo - há muito mais. E não só: nos petiscos, não faltam caldo verde, bitoque Artis (bife à portuguesa à moda antiga com o devido ovo a cavalo), tosta de frango Artis e outras, queijos variados (Serra, Ilha, Niza), pratinhos de moelas ou chouriço de Valpaços assado em aguardente, fumados, morcelas de Seia, alheiras de Mirandela... As sobremesas ficam-se por uma real trilogia lusa: arroz doce, leite-creme queimado na hora e doce da avó.

Nome
Artis
Local
Lisboa, Encarnação, Rua do Diário de Notícias, 95
Telefone
213424795
Horarios
Domingo, Terça-feira, Quarta-feira e Quinta-feira das 16:30 às 02:00
Sexta e Sábado das 16:30 às 03:00
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