Fugas - restaurantes e bares

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Nos Anjos, um espaço para ser o mundo

Seja qual for a aula, as opiniões parecem ser consensuais: têm um ambiente diferente, informal e familiar. E o mesmo diz Rini Luyks, professor de acordeão: "O ambiente é muito descontraído. É menos clássico do que numa escola de música normal", refere o músico holandês.


Diversão com cultura à mistura

Na terça à noite o Sou transforma-se numa sala de cinema. As pessoas chegam e vão-se acomodando, ora no sofá, ora em cadeiras que colocam viradas para a parede onde, alguns minutos depois, é projectado o filme da semana. Aqui não há pipocas, nem bilheteira. O acesso é livre e a sensação é a de que se acabou de entrar em casa.

A ideia partiu de um ex-aluno do Sou e continuou através de um vizinho que não quis deixar de lado as noites de cinema. Ofereceu-se para continuar a levar os filmes e preservar a iniciativa, que ainda hoje perdura. "As parcerias com as pessoas que por aqui passam são extremamente importantes. Esta lógica da troca de serviços tem sido o alicerce que aguenta o Sou", afirma a vice-presidente.

De facto, dada a pouca capacidade financeira do Sou, a programação cultural tem-se mantido graças à generosidade das pessoas que lá vão. "Foi uma luta, porque se pode convidar um amigo para vir aqui fazer o seu trabalho de graça porque é amigo, mas convida-se uma vez", explica Marta Silva.

E, se à terça há cinema, à quarta há sempre um quiz cultural e, nos outros dias da semana, a oferta pode repartir-se por concertos, teatro, mercados de artesãos, sessões de contadores de estórias, leituras de poesia ou bailes temáticos. A maioria das actividades (cuja programação actualizada pode ser seguida no blogue ou Facebook) é gratuíta e as que se pagam não costumam ir além dos três euros.


De artistas a criadores

No centro está um microfone e, assim que a música começa, o aluno que está à frente dirige-se ao meio e começa a cantar. O professor estende, na mão, uma bolacha ao aluno. Este, enquanto canta, vai mastigando. "Quero ouvir as palavras", diz o professor repetidas vezes, enquanto o aluno tenta esforçadamente cumprir a ordem.

A aula chama-se Oficinas de Criação e é uma das apostas do Sou para marcar a diferença no mundo artístico. Aqui o objectivo não é aprender a dançar, a cantar ou a pintar. Em vez disso, a ambição é fazer com que os alunos aprendam a criar. "Este é um espaço de criação, onde eu dou a possibilidade para que eles tragam as suas ideias e onde aproveito para experimentar coisas novas", afirma Claudio Hochman, professor responsável pelas Oficinas. Catarina Ribeiro é uma das participantes. Fez o Curso de Artes Performativas no Sou e a seguir foi convidada para dar aulas de dança criativa. "O Cláudio é genial na forma de trabalhar. Tem a capacidade de, do caos, construir uma coisa extraordinária", explica a aluna.

No entanto, esta não é a única forma da associação fomentar a criação artística. Ana Caetano é artista plástica e expôs o seu trabalho no Sou no ano passado, altura em que fez da associação uma residência artística. Faz bodyprint, uma prática que consiste em pintar com o corpo em movimento. Pinta, sobretudo, caras em telas gigantes, que vai desenhando enquanto que, com os braços e as pernas, espalha tinta sobre o papel. "Durante uma semana fazia todos os dias uma pintura no local. E, por isso, quem quisesse podia assistir à criação do trabalho", conta a artista.

Nome
Espaço Sou - Movimento e Arte
Local
Lisboa, Anjos, Rua Maria, 73
Telefone
211547790
Website
http://www.sou.pt
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