Por Lisboa, o novo portal do novo Cais do Sodré é uma casa com espaço para muitos mundos. Da música em várias vertentes ao cinema, a que foi buscar imaginação e imaginário. Entramos a assobiar n' O Bom O Mau e O Vilão e preparamo-nos para tudo, que este bar ainda é capaz de dar um filme. Ou vários.
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Clint Eastwood não sabe mas voltou a acertar no alvo. É que a nova estrela do Cais do Sodré vai buscar a sua inspiração a um dos filmes que deu a Eastwood a fama de duro, precisamente o homónimo O Bom, o Mau e o Vilão, dirigido por Sérgio Leone e estreado há quase meio século. Mas não se espere entrar por este novo bar como quem entra nesse western spaghetti de culto - aliás, por aqui, a única referência à película, para já, é mesmo o nome -, apesar de esta casa ter tudo para vir a viver muitos filmes. Até porque na sua tripla personalidade conjuga imaginários vários, do cinematográfico aos do velho e novo Cais do Sodré. Quanto à bondade, maldade e vileza, não há extremos, é tudo uma questão de espírito e dos dias e noites.
Aberto em Novembro por um grupo com experiência na matéria (entre os sócios, incluem-se os responsáveis pelo Le Chat, O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo ou Hamburgueria da Parada), quer tornar-se uma referência apoiando-se num ambiente de tertúlia, na programação de DJs e outras artes e numa carta que aposta nos cocktails e numa boa garrafeira. “Bom ambiente, boa música”, resumem.
Nascido num grande apartamento em prédio clássico da rua do Alecrim - mesmo por cima do jazzy Trem Azul, loja de discos e agora também bar, a dois passos da Pensão Amor -, O Bom O Mau e o Vilão reparte-se por várias salas e ambientes, marcadas pela pedra e madeiras nobres.
Camila Fonseca, uma das sócias, conta-nos que descobriu o local disponível para arrendar mas que estava “em muito más condições”. “Terá sido uma oficina de relógios mas estava ao abandono há uns 15 anos”. Por isso, foi preciso uma “grande recuperação”, respeitando o interior histórico.
Agora, cada sala parece ter a sua personalidade sendo que em comum têm todas o tom vintage que domina boa parte do novo Cais do Sodré, com cadeiras, cadeirões, mesas de apoio, tapetes, cortinados e etc. a conjugarem-se num design de outras décadas.
À primeira sala, entramos logo num imaginativo jardim do bem e do mal: as paredes foram desenhadas de alto a baixo pelo jovem artista João Maciel. “É uma floresta!”, diz Camila. E é mesmo. E desta floresta espreita um leão sob uma janela, silva uma cobra noutra parede, descobrem-se sapinhos entre a folhagem. Para um lado, outro recanto, numa sala de pedra com um jardim vertical.
Em frente, abre-se um salão marcado por um belo piano de cauda - “se aparecer algum cliente que saiba tocar, é bem-vindo”, sugere. Dois passos para o lado e temos uma sala minimal onde se impõe um sólido bar circular em madeira e pedra. Quem quiser resguardo, pode continuar em frente, para uma salinha que era a antiga cozinha e que resplandece na sobriedade da sua lareira e clássicos azulejos na parede.
O Bom O Mau e o Vilão ainda se diverte noutra sala, com mais um bar de apoio e onde actua o DJ - é este espaço, com uma parede onde brilham desenhos de bailarinos (também assinados por João Maciel), que se transforma em pista de dança quando a música o pede. Pelas paredes, pode ainda admirar-se uma colecção de quadros com variações sobre a figura do super-herói (do Hulk ao Super-Homem) e há também exposições temporárias (incluindo peças para vender).
Para animar as noites ao longo da semana, o bar - que ficando englobado na nova “movida” do Sodré está à distância ideal para manter-se protegido das multidões - conta com uma programação (a parte musical está a cargo da agência Void) que, sublinha Camila, se quer cada vez mais ecléctica. Já lá passaram os DJ Rui Pregal da Cunha ou Rui Maia mas também JP Simões em concerto ou momentos de acordeão e clarinete, Manuel João Vieira ou Melo D.
Mas os planos do BMV incluem outros filmes, adianta Camila: de stand-up comedy a, entre outras surpresas, cinema, claro. O objectivo é sempre o mesmo: noites com final feliz.
A comida, a bebida e o resto.
A carta é vasta e vai muito além do habitual num bar. Em grande destaque a variedade de vinhos (diversos a copo) entre tintos, brancos, rosés, verdes e espumantes. As áreas de gins e cocktails também são especiais: umas duas dezenas de variantes de gin e três dezenas de cocktails. Nestes últimos, há clássicos e com bases whisky, vodka, rum, gin, tequila ou champanhe. Do Belini ao Mimosa, do Gin Fizz ao Bronx, do Moscow Mule ao God Father, venha o apreciador e escolha. Se a fome apertar, pode escolher entre um prego do lombo em bolo do caco e tábuas de queijos ou presuntos.
Nome
O Bom O Mau e O Vilão
Local
Lisboa, São Paulo, Rua do Alecrim, 21
Telefone
213471282
Horarios
Segunda-feira, Terça-feira e Quarta-feira das 18:00 às 02:00
Quinta a Domingo das 18:00 às 04:00