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    Opção para amantes da neve mais calmos: o relax de passear em raquetas de neve Nelson Garrido
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    Vielha, com a igreja a elevar-se Nelson Garrido

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A Catalunha vestida de branco

À hora do almoço, a estação está no seu pico de movimento - nas pistas como no terraço de La Carlina, um dos seus restaurantes, na base. Grupos de crianças de escolas, roupas iguais com emblemas de patrocínios e capacetes, deslocam-se em uníssono, grupos de jovens de escolas com roupas distintas, grupos de amigos, jovens e menos jovens, pranchas de snowboard, esquis e batons e música a explodir das colunas.

Durante a manhã, ouvira-se uma série de "campiones, campiones" e foi fácil saber que o Barcelona acabara de ganhar a Taça Intercontinental - nem prestámos atenção, na azáfama de subidas e descidas da pequena colina onde Nacho, o instrutor, ajudava os neófitos nos primeiros passos. Há duas escolas na estação, uma da própria e outra do município; vários grupos dividem o espaço tentando não se atrapalhar mutuamente e, sobretudo, não resvalar para a pista que passa mesmo ao lado com uma velocidade incomparável. Não será bem como andar de bicicleta, mas quem esquia uma vez, à segunda pode saltar os básicos sob o risco de se aborrecer de morte.


Terras aranesas

Não é um portal para outro tempo, mas é fácil deixar a imaginação à solta quando sabemos que só com a abertura do Túnel de Vielha, em 1948, este território passou a estar comunicado com o resto do país durante todo o ano, sem estar sujeito aos caprichos do tempo da alta montanha (30 por cento do território está acima dos dois mil metros). É um local especial, este Vall d'Aran, fronteira com França, e o facto de ser o único vale Atlântico dos Pirenéus é a menor das suas idiossincrasias - excepto quando se fala de neve: aí, tem uma importância superlativa essa espécie de microclima que aqui é quem mais ordena. Mas ainda não chegamos às estâncias, essa será a última etapa na descoberta deste "país" occitano.

Foi durante séculos um enclave, isolado pela neve durante longos invernos e protegido de influências externas por montanhas de mais três mil metros de altitude - o rio Garona, que aqui nasce para correr em direcção a norte, a França, foi a via de comunicação mais constante nestas paragens que, portanto, se desenvolveram mais em proximidade com o país vizinho do que propriamente com a Catalunha, de que fazia parte administrativa. O aspecto mais visível deste "namoro" é a língua que se desenvolveu no Val d' Aran, o aranês, a terceira língua oficial da Catalunha, descendente directa da Língua d' Oc e que não é uma peculiaridade abstracta do vale, é uma presença viva no quotidiano.

Vielha é a capital do vale e é tão velha quanto a presença romana por aqui, quando era conhecida por Vétula. Dos romanos reza a história, é medieval o seu rosto mais antigo, escondido entre a cidade moderna onde avultam hotéis ao longo da avenida principal, lojas de desporto que se cobrem agora de equipamento de neve já com saldos anunciados. Caminha-se evitando as armadilhas do gelo, encontra-se o conforto de calor em pequenas pastelarias e no restaurante Era Plaça há quem se esqueça do frio na esplanada, debaixo de aquecedores - com vista para o edifício arcado do Ayuntamiento, a praça, onde as árvores são troncos e ramos cobertos de neve e as casas castanhas, amarelas, rosa-velho, terminam em triângulos que são telhados inclinados, e a icónica igreja Sant Miqueu, românica.

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