Desde que o Concorde deixou de voar, em 2003, nunca mais um avião comercial supersónico cruzou os céus do mundo. Enquanto um clube de fãs da mítica aeronave tenta voltar a pôr um dos aparelhos no ar, a Boom Techonology apresentou esta semana o protótipo de um novo avião supersónico, capaz de atingir velocidades maiores do que o Concorde – em tempos a aeronave civil mais rápida do mundo e o supersónico que operou voos comerciais durante mais tempo.
O herdeiro do Concorde chama-se XB-1 Supersonic Demonstrator e, de acordo com a empresa sediada em Denver, nos Estados Unidos, será capaz de voar a uma velocidade Mach 2.2, ou seja, mais rápido do que o Concorde, que atingia Mach 2.0 (a medida utilizada quando se fala de deslocações acima da velocidade do som, o equivalente a Mach 1). A ligação aérea entre Nova Iorque e Londres ficará em três hora e meia, avançam. O preço? Cerca de 4700€ por viagem de ida e volta (5000 dólares).
O protótipo apresentado no dia 15 é uma versão mais pequena do avião que a start-up espera ter disponível no início da década de 2020. Enquanto o modelo de teste tem apenas lugar para um piloto, a aeronave final deverá ter capacidade para transportar 44 passageiros. Os primeiros testes estão previstos para 2017. As projecções iniciais apontam o ano de 2023 para o primeiro voo comercial abordo do XB-1.
A Virgin Galactic, uma das empresas na corrida do turismo espacial, decidiu apadrinhar o projecto da Boom Technology, oferecendo apoio na fase de investigação e desenvolvimento do novo supersónico, em troca da opção de compra das primeiras dez aeronaves. “Vamos fornecer serviços de engenharia e de produção, além de suporte durante os testes de voo como parte das nossas ambições compartilhadas”, revelou o fundador e milionário Richard Branson.
“Os designers do Concorde não dispunham da tecnologia necessária para oferecer viagens supersónicas a preços acessíveis. Mas nós temos”, afirmou Blake Scholl, fundador e director-executivo da Boom Techonolgy, durante a apresentação do protótipo. Para o antigo piloto e gestor da Amazon, as taxas das ligações aéreas em aviões supersónicos terão, em breve, “mais ou menos o mesmo preço de um bilhete em classe executiva” e será possível “chegar a qualquer lugar no mundo em cinco horas por 100 dólares [94 euros]”, cita o jornal Telegraph.
