Fugas - Viagens

O teleférico que nos faz voar sobre o Tamisa

Por Luis J. Santos

Este Verão, a tempo dos Olímpicos, há nova e altaneira forma de ver Londres. Um voo sobre o Tamisa no primeiro teleférico urbano britânico, destinado a ser uma das maiores atracções da cidade.

A cidade quase toda no olhar, a aldeia olímpica pronta a entrar em acção, o rio e a opulência urbana das suas margens, o novo maior arranha-céus europeu (The Shard, inaugurado dia 5 de Julho) a marcar o horizonte, os sinais da indústria, o sentir global do fervilhar de Londres.

São visões panorâmicas 360º a partir do primeiro teleférico urbano do Reino Unido que já pode transportar cerca de 2500 pessoas por hora sobre o Tamisa, interligando a 02, mega-arena de espectáculos e eventos, e o centro ExCeL: o mesmo é dizer, interligando epicentros olímpicos e o sul e norte de Londres, com os portais localizados nas estações de Greenwich Peninsula e Royal Docks.

Esta "linha aérea", suportada por três torres, oferece uma viagem de cerca de 1km, com direito a ficar a 90 metros de altura sobre o rio, que pode durar, conforme os horários, entre cinco e dez minutos para cada lado. Oficialmente, são cinco minutos antes das 10h e depois das 15h; e dez minutos entre as 10h e as 15h. Mas, atenção às exepções: "Em períodos muito concorridos, a viagem prolongada pode não estar disponível", informam.    

 


Patrocinado pela companhia aérea dos Emiratos Árabes Unidos, baseada no Dubai, é já tanto conhecido como Teleférico do Tamisa como pelo nome atribuído pela empresa patrocinadora, num trocadilho que até resulta bem: Emirates Air Line.

Inaugurado nos finais de Junho e com festa oficial no sábado, demorou mais de um ano a ser construído tendo custado 62,6 milhões de libras (79,6 milhões de euros) - o patrocínio da companhia aérea ameniza o esforço em mais de metade do valor, representando cerca de 36 milhões de libras (45,7 milhões de euros) ao longo de uma década.

O teleférico, previsto para transportar mais de dois milhões de pessoas por ano, integra 34 cabinas - há uma a chegar a cada 30 segundos. O preço de um voo sobre o Tamisa fica em cerca de 5,5€ para um adulto (crianças pagam um pouco mais de metade deste valor).

Um valor até bastante razoável tendo em conta o custo de vida na capital britânica (como exemplos: o teleférico de Gaia (veja o vídeo) custa 5€ e uma ida-e-volta 8€; o do Funchal 10€ ou 15€ i/v; o do Parque das Nações alfacinha 3,95€ ou 5,90€ i/v). Curiosamente, não há é desconto de ida-e-volta, pelo menos segundo as tabelas oficiais (mas há descontos de uns 25% para quem tiver o cartão de transportes londrino, Oyster). Pode adquirir um passe para "passageiro frequente", com direito a dez viagens e uma boa redução no preço: 16 libras (20,35€).

O teleférico do Tamisa, além de ser uma mais-valia para contornar os problemas da capacidade de transportes em Londres - que se preveem acrescidos com a realização dos Olímpicos de 27 de Julho a 12 de Agosto -, está integrado num plano de desenvolvimento de Docklands e Londres oriental, é a primeira grande inauguração desse projecto urbano que pretende levar para a zona novos negócios e espaços de entretenimento e lazer.

 


INFORMAÇÕES


Terminais

Terminal Royal Docks (Sul)
27 Western Gateway, Londres E16 4FA
Metro: Royal Victoria

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