Durante alguns anos investiram no mercado açoriano. Mais tarde, em 1998, começaram a exportar para os EUA e, no ano seguinte, para o Canadá. Já com algum mercado em 2000, decidiram construir novas instalações, o que ajudou à expansão da marca. Um ano depois, com a compra da fábrica Ezequiel – a grande concorrente – consolidaram, ainda mais, a sua posição no mercado. “Era a margem que precisávamos para expandir o negócio. Com a compra da Ezequiel, ficámos com uma gama de produtos que já têm um certo valor no mercado”, explica Idália Ferreira.
Em 2005, fazem a sua primeira exportação para Africa do Sul. Apostaram sobretudo no “mercado da saudade”, pois entrar nos restantes países, revelou-se, por vezes, muito difícil. “O Canadá tem uma [grande] resistência a produtos vindos do estrageiro, repetem sempre as análises ao licor, avaliam todos os rótulos e ainda nos mandam a factura”, admite.
Com a qualidade reconhecida e com os mercados conquistados, a fábrica de Licores Mulher de Capote investiu na própria garrafa. Inspirando-se na lenda em volta da figura que lhe serve de inspiração, criou garrafas temáticas. As garrafas são de porcelana e uma imagem de marca. “Foi pensando nas pessoas que nos visitam que apostámos neste tipo de garrafas. Após beberem o licor, podem utilizar a garrafa como peça decorativa e, ao mesmo tempo, ficar com uma recordação dos Açores.”
Daí os motivos pintados nas garrafas incluírem pontos turísticos micaelenses, como as Portas da Cidade ou a Matriz de Ponta Delgada. São 20 garrafas de porcelana diferentes, umas em miniatura e outras em tamanho-padrão. São outras tantas formas de oferecer ao turista a possibilidade de beber o espírito do lugar e de levar consigo uma recordação da sua passagem pelos Açores.
A associação da venda dos licores à indústria do turismo tem outra componente: a da visita às instalações que a fábrica organiza diariamente. Podem visitar-se todas as salas e conhecer todo o processo de fabricação, incluindo a rotulagem e o lugar de envelhecimento dos licores. O tamanho das instalações e seu ar limpo surpreendem os turistas que, após a visita, compram o licor de maracujá, o de amora, o de anis e mais que houvesse. Saem de sacos cheios, levando consigo também o aroma a coco e a baunilha do carvalho-americano, até onde a memória olfativa o permitir.
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Quem era a Mulher de Capote?
A Mulher de Capote caracteriza a mulher açoriana dos séculos XVII e XVIII. Segundo a lenda, o uso do capote é de influência flamenga e inspira-se na imagem da Virgem. Era utilizado pelas mulheres de famílias nobres, quando saíam à rua para ir à missa ou para outros afazeres. Quem vestia o capote mostrava também um vasto poder económico e social. O capote era composto por um manto de tecido grosso azul-escuro que cobria todo o corpo. Embora, as mulheres tenham abandonado o capote, actualmente é utilizado como parte integrante do traje da Universidade dos Açores e em figuras dos grupos folclóricos.
As moradas do licor
Além dos Açores (www.mulherdecapote.pt), este licores podem ser adquiridos em diversos espaços pelo país, casos de Lisboa, na loja Açores (Avenida Elias Garcia, 57) ou no Espaço Açores (que é gerido pela família proprietária dos licores, na Rua de São Julião, 58, na Baixa). Os preços (no Espaço Açores) variam entre os 11,50 € (garrafa normal) e os 25 € (garrafa de porcelana). As minituaturas que lhes corrrespondem podem custar desde 1,99 a 8,50 €. Diversas garrafeiras integram também alguns destes licores: por Lisboa, a Nacional, Napoleao, Manteigeira Silva e Manuel Soares ou Garrafeira Gourmet (Centro Comercial Colombo); no Norte, o licor de Maracujá Ezequiel integra a Garrafeira Tio Pepe (r. Eng.º Ferreira Dias, 51, no Porto) ou a Rota das Regiões (av.. General Humberto Delgado, 373, Gondomar); na Madeira, os licores estão na Garrafeira de Moisés Figueiras e Manuel Gonçalves (av. do Mar, 20, Funchal).