Fugas - Vinhos

  • Foram provados 12 vinhos tintos
    Foram provados 12 vinhos tintos Fernando Veludo/nFactos
  • Resultados finais
    Resultados finais Fernando Veludo/nFactos
  • Com um rótulo que copia um cartaz de 1916, este Collection da Ramos-Pinto impôs-se ao painel que a FUGAS convidou
    Com um rótulo que copia um cartaz de 1916, este Collection da Ramos-Pinto impôs-se ao painel que a FUGAS convidou Fernando Veludo/nFactos
  • Prova cega
    Prova cega Fernando Veludo/nFactos
  • O painel de provadores
    O painel de provadores Fernando Veludo/nFactos

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Prova cega: E o vencedor foi o Collection da Ramos Pinto

A prova decorreu em duas séries (flights, na terminologia da enofilia) de seus vinhos cada. Na primeira, entrou o Atalaya, o Esporão, o Kompassus, o Casa de Santar, o Post Scriptum e o Intensus. Dois durienses, dois alentejanos, um bairradino e um Dão, portanto. Na segunda série entraram o Meandro, o Lagoalva, o Rúbrica, o Picos do Couto, o Ramos Pinto Collection e o Cortes de Cima Syrah. Ou seja, dois Douro, dois Alentejo, um Tejo e um Dão.

Como seria expectável, os provadores interpretaram de formas diferentes a valia dos vinhos em prova, ou pelo menos aplicaram de forma distinta a escala de pontuação aprovada. Pedro Garcias apenas considerou um vinho como excepcional nesta gama de preços, tantos como Lígia Santos; Álvaro Van Zeller distinguiu quatro. Luís Costa não apontou nenhum. A nota mais baixa, uns parcos 70 pontos, foi atribuída por Beatriz Machado. O Casa de Santar Reserva foi o vinho que suscitou as votações mais extremadas: obteve um 80 e um 97.

O vencedor da prova não foi, evidentemente, consensual. Foi apenas o que obteve a média ponderada mais elevada entre os seus pares. A nota mais baixa que obteve foi um 82 e a mais alta um 95. Ivone Ribeiro deixou nas suas notas elogios à "boa boca" que proporciona. Beatriz Machado notou aromas de bergamota, de frutos secos, figos e tabaco, além das notas florais que integram o DNA duriense, e, na boca, elogiou a sua boa acidez e a sensação de especiaria, embora tivesse notado um final de boca "médio". Pedro Garcias registou o seu aroma "muito fresco" e sublinhou que "a boca repete a sensação do nariz". De resto, considerou este vinho "muito bem feito", com "grande harmonia". Álvaro Van Zeller escreveu que o Ramos Pinto Collection da edição de 2010 "sem ser muito complexo é muito equilibrado".

No final da prova, discutiram-se as experiências, as dúvidas, as certezas e os resultados. E tiraram-se conclusões. A primeira é que uma prova cega é sempre uma fonte de surpresas. Por vezes, ideias feitas sobre a preferência de castas ou de regiões é contrariada, ou ao menos abalada, pelos resultados concretos da prova cega.

Mas maior surpresa aconteceu quando o painel testou os vinhos mais pontuados à hora do almoço. Aí, verificou-se que, em muitos casos, a selecção feita em prova simples teria sido completamente diferente se tivesse sido sujeita a um confronto com a comida. Todos acabariam assim por reconhecer uma vez mais do que o vinho não é uma entidade ominpotente: só se realiza por completo quando cumpre a sua função alimentar.

Os resultados finais da prova

1º Ramos Pinto Collection 2010
Douro - 12.90€
Pontuação: 628 | Pontuação média: 89.71

2º Kompassus Reserva 2006
Bairrada - 14€
Pontuação: 625 | Pontuaçao média: 89.29

3º Cortes de Cima Syrah 2010
Alentejo - 12€
Pontuação: 620 | Pontuação média: 88.57

4º Lagoalva de Cima Syrah/Touriga Nacional
Tejo - 10.50€
Pontuação: 615 | Pontuação média: 87.86

5º Meandro
Douro - 10€
Pontuação: 612 | Pontuaçao média: 87.43

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