Depois de umas ponchas (ou de uns bons momentos de conversa) a fome pode aparecer. É aí que deve "entrar em campo" o bolo do caco, que aqui é servido torrado. Trata-se de um pão de trigo com uma espessura de uns três centímetros e um palmo de diâmetro, em cujo interior é tradicional colocar manteiga de alho (mas, no limite, quase tudo é possível, desde bifes a polvo). No Poncha no Porto, serve-se o bolo do caco com queijo, fiambre ou ambos (uma mista à moda da Madeira). A denominação da iguaria provém do facto de, antigamente, ela ser cozida sobre um caco de telha. Hoje, usam-se chapas ou pedras devidamente aquecidas para o efeito. Os produtos da Empresa de Cervejas da Madeira não podiam igualmente faltar: assim, se pedir um fino, ele será Coral. Da mesma empresa, também estão disponíveis os refrigerantes Brisa, cuja variante maracujá é a mais procurada.
É o passa-palavra que tem feito a clientela da casa, cuja base é composta por estudantes madeirenses ou conhecedores prévios da poncha. Para já, o balanço dos primeiros meses é "positivo", até porque se nota uma tímida reanimação da Ribeira como espaço de diversão nocturna. Mesmo com um cardápio quase exclusivamente madeirense (já nos esquecíamos de dizer que também há caipirinhas), neste bar é possível encontrar opções para todos os gostos e, simultaneamente, fugir às bebidas mais rotineiras.
Referências
Tudo madeirense
O preço das bebidas, garante a gerência, é igual ao praticado na Madeira em estabelecimentos semelhantes. Isto apesar dos ingredientes mais importantes serem originários da ilha (no balcão pode-se verificar a autenticidade da aguardente, por exemplo). O bolo do caco chega todas as semanas.
Preparado na hora
A poncha (e seus congéneres madeirenses) pode ser preparada antecipadamente e conservada no frigorífico, mas "não é a mesma coisa", garantiu-nos Diogo Sousa. Por isso, no Poncha no Porto as bebidas são feitas na hora: o cliente demora mais tempo a ser servido, mas a espera compensa. Enquanto aguarda, pode aproveitar para observar a técnica envolvida na preparação das especialidades, em que o mechelote (também conhecido por pau da poncha e por outra designação em calão que nos escusamos a reproduzir) desempenha um papel fulcral.
Amendoins e tremoços
"Os madeirenses estão mal habituados", observa Diogo Sousa, referindo-se à tradição de nunca servir a poncha sem acompanhamento. Seguindo este costume, aqui não é preciso pedir por amendoins ou tremoços, porque eles estão incluídos no preço das bebidas. É mais comum que a poncha seja acompanhada por amendoins e que os tremoços (servidos com pimento, alho e salsa) sejam reservados para a cerveja, mas nenhuma transgressão a esta "regra" será punida.
- Nome
- Poncha no Porto
- Local
- Porto, Porto, Rua de São João, 28/30
- Horarios
- Domingo, Segunda-feira, Terça-feira e Quarta-feira das 16:00 às 02:00
Quinta a Sábado das 16:00 às 04:00