Fugas - restaurantes e bares

Este Eskada quer subir a um «patamar superior»

Por Andreia Marques Pereira ,

Da fama ninguém o livra: Eskada é nome de clube nocturno que fora do circuito Lisboa-Porto se deu a conhecer em todo o país pelas suas festas povoadas de figuras públicas. De Vizela, onde se implantou, constrói agora degraus até ao Porto, onde quer levar a noite a outros patamares.

Pelo menos uma coisa o Eskada Porto já conseguiu: fazer com que a noite "pura e dura" (só abre à meia-noite) se estenda fora da órbita da Baixa das aventuras nocturnas portuenses.

Não o faz por acaso, se atentarmos nas palavras de Miguel Mesquita, um dos membros do quarteto gerente da casa: "Quem vem ao Eskada, não vai à Baixa", afirma, "vem para um clube, não vai beber copos a dois euros e saltar de um lado para o outro". "Tem de cuidar-se um pouco mais."

Também se cuidou este Eskada Porto, que tomou conta, nos finais de Março, do espaço do antigo Havana Prestige, pertencente ao mesmo grupo do Eskada, e que funcionou durante menos de dois anos aqui. "O modelo esgotou-se", conta Miguel Mesquita, e os quatro sócios propuseram a vinda do Eskada Club aos seus proprietários, "para captar um público diferente". A "operação de cosmética" limpou qualquer vestígio da velha Havana que antes constituía o cenário que se encerra num edifício cor-de-rosa forte e se prolonga numa fachada "oca", que esconde o pátio de entrada: as antigas janelas agora ostentam as letras que conjugam a nova designação do espaço e, mais do que isso, a nova filosofia.

Se Eskada é "sinónimo de glamour", o Eskada Porto tem uma "metodologia diferente" de funcionamento, em que "o serviço e a diversão" são a prioridade: o serviço é premium (inclui chefe de sala e empregados de mesa), a diversão é transversal (em termos etários e de gosto musical) - tudo ao serviço de "um pacote que coloque a casa num patamar superior".

Voltemos à cosmética. O espaço mantém praticamente o mesmo desenho da encarnação anterior, porém a decoração perdeu a "rusticidade" anterior, para se mostrar brilhante e contemporânea. Houve alguma reciclagem - por exemplo, os balcões: os de madeira clássicos pintaram-se de branco, o de acrílico encerra imagem diferente (um bosque outonal) - e houve sobretudo inclusão de espelhos, omnipresentes, de volumes excêntricos ou tecidos impressos com retratos renascentistas e setecentistas nas paredes (estes à laia de quadros) e padrões em forma de favos que se distinguem em algumas paredes e até no chão. Este, por sua vez, perdeu a pedra, "incómoda", e o pátio encolheu pelo acrescento de uma varanda, ganhando nova sinuosidade num deck que contorna as árvores e recebe o mobiliário.

O interior recebeu um espaço novo, The Store, onde o clube vende o resultado da sua colaboração com alguns criadores nacionais, como Nuno Gama ou Katy Xiomara, em forma de merchandising, e um "acrescento", The Room, feito de transparências, instalado em cima do lago e com saída para a varanda e para o main room, com uma vocação de exclusividade (o aluguer custa 500€) que se estende na sala principal. The Beat organiza-se em torno da pista de dança e possui espaços reservados em abundância: privados por detrás do DJ e boxes ao lado da pista, em patamares distintos que os transformam em miradouros privilegiados (os preços variam entre os 200 e os 400 euros, dependendo da noite e do tipo de serviço). A pista principal tem agora a companhia de uma secundária, na sala mais "clássica" do espaço, virada à varanda e ao pátio.

Nome
Eskada Porto
Local
Porto, Santo Ildefonso, Rua da Alegria, 611
Telefone
916676729
Horarios
Quarta-feira, Sexta-feira e Sábado das 23:00 às 06:00
Website
https://www.facebook.com/EskadaPorto/
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