Por fora, são apenas mais 235mm de comprimento face ao cinco portas. Já por dentro, a Honda consegue inscrever a nova Tourer — que marca o regresso da marca às carrinhas compactas após a experiência com a Aero Deck, uma das carroçarias da sexta geração Civic — entre as mais espaçosas.
Na mala, incluindo o espaço sob o tapete, cabem 624 litros (sem pneu sobressalente). Com bancos rebatidos, a capacidade de carga chega aos 1668 litros. As vantagens da bagageira não se ficam, porém, pelo tamanho: o seu acesso foi trabalhado no sentido de ser o mais facilitado possível (a entrada é baixa e a direito) e os “bancos mágicos” continuam a dar cartas na altura de configurar o interior para as mais diversas necessidades — sobretudo para objectos altos.
Mas o espaço extra não se limita à mala: no habitáculo, atrás, graças às linhas mais direitas do tejadilho, há mais espaço em altura para os passageiros. Já no resto, por dentro, quase tudo se mantém como no Civic já testado: materiais cuidados, boa arrumação das várias funcionalidades, permitindo ao condutor tratar de praticamente tudo, desde a climatização até ao sistema de som, sem se desviar do seu lugar e sem tirar os olhos da estrada.
As novidades não se limitam, porém, à configuração da carroçaria. Em estreia, chega o sistema ADS, que oferece, com os equipamentos Lifestyle e Executive (ou como extra na versão de série), uma suspensão semiactiva no eixo traseiro, que, no primeiro trimestre de 2014, chegará com a revisão do hatchback. Na prática, isto traduz-se num sistema capaz de compreender as condições de condução ajustando a suspensão traseira ao pretendido, podendo também seleccionar-se entre um rolamento confortável e dinâmico. As diferenças são sentidas quase automaticamente e tornam-se mais notórias quando os bancos estão todos ocupados e a mala cheia.
Para quem segue aos comandos há ainda outra grande mudança na traseira: o aileron, que corta a meio o vidro do cinco portas — e que, sejamos justos, até pode perturbar a visibilidade, mas já faz parte do “ADN” do Civic —, desapareceu. Resultado: a visibilidade traseira ganha padrões de excelência, dispensando a câmara traseira. O aileron reposicionado surge agora mais discreto a rematar a parte final do tejadilho. O facto, no entanto, não parece beliscar o espírito dinâmico do Civic, impresso quer nas suas formas — a frente permanece a mesma e as linhas da silhueta transmitem desportividade —, quer em alguns pormenores do design dos interiores.
Sob o capot, dois motores já conhecidos: o eficiente 1.6 i-DTEC que, nesta versão, reclama um consumo médio de 3,8 l/100km e emissões de 99 g/km; e o dinâmico 1.8 i-VTEC que pode ser equipado com caixa manual ou automática. O consumo neste último anda entre os 6,2 e os 6,5 l/100km e as emissões entre os 146 e os 153 g/km. Todos os propulsores beneficiam de start&stop, de arranque e paragem automáticos do motor, e de um sistema de regeneração da bateria.
No capítulo da segurança, a Honda promete ter pensado em todos, avançando com o pacote Sistema Avançado de Assistência à Condução (ADAS, na sigla original) que se baseia numa série de sistemas de segurança activos apoiados em sensores que recorrem a uma combinação de câmaras e tecnologias Lidar (de base laser) e de radares de curto alcance. Na versão de equipamento mais completa, inclui aviso de colisão, de mudança de faixa, de ângulo morto, cruise control adaptativo ou assistente de máximos.
A Civic Tourer chega na primeira semana de Fevereiro e, de acordo com a Honda, custará mais cerca de 1000€ a 1200€ que as versões de cinco portas. Por exemplo, no caso do 1.6 i-DTEC, a carrinha terá um preço a partir de 25.100€ na versão-base, Comfort, atingindo os 31.000€ com o equipamento Exclusive.
