A Mabor, uma das marcas mais prestigiadas em Portugal no século passado e que desde 1993 faz parte do grupo Continental, acaba de lançar o Sport Jet 3, que vem tomar o lugar do Sport Jet 2 de 2008, como um pneu destinado a veículos de alta performance. Apesar de ser considerado um pneu budget pelo preço (25% a 30% inferior ao da marca premium Continental), o Sport Jet 3 tem características técnicas e performances que o situam num nível muito superior à generalidade dos pneus de baixo custo.
O novo pneu, que se destina ao mercado de substituição (não equipa de origem qualquer veículo), está disponível em 27 medidas (4 para SUV), para jantes de 15’’ a 18’’, nas séries 40 a 65 (altura da secção do pneu em percentagem em relação à largura) e índices de velocidade de H (até 210 km/h) a Y (até 300 km/h). O Sport Jet 3, concebido para equipar veículos de média/alta a muito alta performance, é o modelo de topo de uma gama que inclui pneus para SUV, para usos geral (Street Jet 2) e comerciais ligeiros (Van Jet 2).
Com desenho assimétrico da banda de rodagem, ombros exteriores sólidos e fechados, blocos largos com canais circunferenciais profundos e utilização de compostos de sílica de última geração, o Sport Jet 3 tem resposta rápida em curva e oferece maior estabilidade para um desempenho preciso e desportivo com aumento da segurança tanto em piso seco como molhado. Os compostos usados no seu fabrico, bem como o desenho da banda de rodagem, proporcionam menor resistência ao rolamento (com a decorrente redução de consumos), maior resistência ao desgaste, que se processa de forma uniforme (aumento da durabilidade e vida útil do pneu), menores vibrações e ruído com acréscimo do conforto de condução.
Normalmente, quando alguém nos pergunta quais os pneus que deve adquirir para substituir os do seu carro, respondemos que deve comprar pneus com a medida que consta no livrete do seu veículo e de marcas reconhecidas, não comprando produtos baratos, porque, em termos de segurança, o barato, em geral, sai muito caro no que se refere a acidentes por fraco desempenho dos pneus. Este Jet Sport 3 é uma excepção: é verdade que em situações extremas de condução muito exigente tem um desempenho inferior ao pneu premium equivalente da Continental, mas foi produzido com recurso às mais modernas tecnologias e materiais utilizados pelo grupo em que a Mabor se insere, pelo que para 99% dos condutores e em 99% das situações de condução tem uma resposta ao nível do requerido. Isto é, o Jet Sport 3 é um pneu budget no preço, mas premium no desempenho.
A Mabor não é um qualquer fabricante de pneus obscuro de origem duvidosa e, embora incluída no universo de marcas budget, tem um nome a defender. Nascida em 1938, a marca Mabor é a sigla de Manufactura Nacional de Borracha. O fundador da empresa foi o conde da Covilhã, que, no começo, tinha uma parceria com o fabricante norte-americano General Tire & Rubber Company, que lhe prestava apoio tecnológico. A fábrica nasceu em Lousado a pedido do então cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Gonçalves Cerejeira, que de lá era natural. Provavelmente, teria havido intervenção de Salazar.
Na década de 50 do século XX, a Mabor iniciou uma aposta no desporto automóvel em Portugal, destacando-se pela qualidade dos seus produtos, o que lhe granjeou prestígio e notoriedade só comparáveis ao de marcas premium. O envolvimento da Mabor nas competições automóveis prolongou-se até aos anos 80 do século passado. Depois de a Mabor ter passado por um certo período de penumbra, o grupo Continental, que actualmente detém a 100% a marca (e a fábrica, cuja produção é destinada maioritariamente à exportação), decidiu injectar-lhe sangue novo, criando novos produtos de preços reduzidos mas com a chancela de qualidade da Mabor e da Continental. Hoje em dia, só em Portugal, a Mabor vende 200.000 pneus/ano, mas a marca passou a fronteira e internacionalizou-se, sendo produzida em sete fábricas do grupo Continental: Lousado (Portugal), Sarreguines (França), Aachen e Korbach (Alemanha), Timisoara (Roménia), Puchov (Eslováquia) e Otrokovice (República Checa).
(Correcção: o texto original continha dois erros para os quais fomos alertados por uma leitora que trabalhou na Mabor: 1) A sigla Mabor significa Manufactura Nacional de Borracha e não Maria Borges como se escrevia anteriormente no texto. 2) A fábrica foi feita em Lousado a pedido do então cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Gonçalves Cerejeira. À leitora Maria Eduarda Lemos Pinheiro o nosso obrigado pelas correcções)