Fugas - Motores

  • Nelson Garrido
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Um "gentleman" que é uma besta

Em Abril do ano passado já tinha feito um ensaio com o F-Type V6 3.0 S Convertible. Reitero sobre o V8 5.0 R o que tinha observado a propósito do V6 3.0 S: os travões (discos maiores) continuam impecáveis, a caixa automática de oito relações Quickshift faz jus ao nome muito, a direcção podia ser um tudo-nada mais comunicativa. Se dissermos que o V6 3.0 S  já era uma fera, então só podemos dizer agora que o V8 5.0 é uma besta. Uma besta educada e sofisticada, contudo. Com um ambiente a bordo de extremo bom gosto e excelente qualidade de acabamento. Uma besta, portanto, também um gentleman, fiel à imagem de marca, very british, da Jaguar.

O V6 3.0 S na versão base, já muito bem equipada, custa cerca de 100 mil euros. Para comprar o V8 5.0 R são precisos mais 50 mil euros. A menos que tenha um circuito privado, dificilmente chegará à conclusão que a diferença compensa. São mais 180 cavalos de potência, é certo, mas só mais 25 km/h de velocidade máxima e 0,7 segundos de 0 aos 100 km/h.

BARÓMETRO

+ Potência, travões, caixa, habitáculo
- Preço, direcção pouco comunicativa, consumos

Pormemores

Uma mala decente
Para o tipo de carro que é, os 315 litros de capacidade da bagageira do F-Type Coupé nem são muito maus, e são certamente mais do que as linhas do carro, visto à distância, fazem supor. É claro que este espaço é conseguido à custa da inexistência de pneu de emergência. Temos apenas um kit de reparação de pneus que, como bem sabe quem já precisou destes dispositivos, funciona muito bem com pequenos furos no piso, mas que serve de muito pouco em caso de fenda na parede do pneumático. De qualquer forma, comparada com a mala de os 196 litros do Convertible, esmagada pela capota, a bagageira de 315 litros do Coupé parece enorme. O revestimento interior do tampo da mala tem materiais e montagem vulgares.

Ao gosto do freguês
Quando seleccionamos o Dynamic mode no comutador instalado entre os bancos, o velocímetro e o conta-rotações à nossa frente e outros elementos à nossa volta ganham uma luminosidade vermelha, condizente com o espírito desportivo. Neste Dynamic mode, o F-Type dá-nos ainda a possibilidade de, através do ecrã multifunções, configurarmos outras respostas específicas do automóvel, ao nível da resposta do motor, da caixa e da suspensão.

Low Hi-fi
As características do sistema de som de série, uma potência de 180W distribuídos por seis altifalantes, deviam ser mais do que suficientes para assegurar que ouvíamos música com a qualidade de som que se espera de um carro deste preço. Ainda por cima num habitáculo tão pequeno. Mas a nitidez, os graves e agudos deste sistema não convencem. É claro que há um sistema alternativo, o extra “Sistema de som Jaguar Meridian”, de 380W e dez colunas. E mais 1433 euros…

Um escape
Sonoridade sem mácula é mesmo a do motor do V8 5.0, como aliás já era a do V6 3.0. Sobretudo no Dynamic mode. Ainda por cima, o F-Type dispõe de um botão que acciona o sistema de escape activo, que torna o delicioso roncar do motor mais audível e encorpado. Parece um pormenor de mau gosto, inspirado no tunning mais reles. Mas não é: habituamo-nos a ele e este som rapidamente se torna uma parte importante do prazer de condução do roadster. Um escape, para aliviar o stress.

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