O único bloco disponível em Portugal, o diesel de 1.5 litros com 105cv, é surpreendentemente silencioso, apesar de garantir boas performances, facto que não é alheio a um binário máximo de 270 Nm, constante entre as 1600 e as 2500 rotações. A versão com tracção integral e caixa automática de seis relações que conduzimos tem os consumos e as prestações ligeiramente penalizadas (acelera dos 0 aos 100 km/h em quase 12 segundos e consome uma média, escreve a marca, de 5,2 litros — valor do qual não ficámos muito distantes) face ao modelo de tracção dianteira e com caixa manual. Mas o prejuízo é menor face ao conforto conseguido — a caixa automática não requer grandes perícias para se mostrar capaz de respostas rápidas e a tracção integral, com distribuição automática da potência entre cada uma das rodas de acordo com as necessidades, proporciona maior estabilidade em pisos de pouca aderência.
Analisados os prós e os contras, o Mazda CX-3 é um carro que se apresenta com os atributos necessários para conquistar uma boa fatia de fãs, sobretudo se os lugares traseiros forem encarados como um extra.
Barómetro
+ Design, acabamentos, dinâmica do motor, equipamento
- Capacidade de arrumação na mala, espaço no banco traseiro
Pormenores
Compacto
Quem olha para o exterior do carro não está à espera de ter problemas a arrumar a bagagem. Sobretudo quando já se sabe de antemão que no lugar do pneu sobressalente está um kit de reparação. Por isso, é com alguma surpresa que se verifica que três trolleys só cabem depois de se retirar a chapeleira. Sob o piso da mala há ainda um pequeno alçapão, mas o seu acesso não é o mais fácil e a sua altura é tão pequena que não servirá para mais que umas pastas de documentos, livros ou algo de altura semelhante.
Confortável
Sejamos um pouco egoístas — até porque suspeita-se que este carro não esteja na lista de desejos de famílias grandes. Se se pensar só da perspectiva de quem se senta à frente, o carro, além de espaçoso, é extremamente confortável. Para isso contribui um excelente trabalho ao nível das suspensões, mas também a cuidada escolha dos materiais. Certo é que se consegue percorrer centenas de quilómetros (e percorrêmo-los) sem que o corpo se queixe.
Companheiro
O sistema da Mazda assenta no princípio de que é possível tornar o homem e a máquina num só. E todos os sistemas são pensados no sentido de aproximar um ao outro. Neste CX-3 não é diferente e a marca dotou o carro com uma série de assistentes e de auxílios à condução que fazem com que o condutor se sinta mais apoiado — caso do muito útil head-up display. Refira-se ainda que é fácil encontrar uma boa posição de condução e toda a instrumentação é fácil de usar.
Bonito
É muito provavelmente o elogio que lhe é feito mais vezes. E a maioria delas serve de desculpa a qualquer defeito. “A mala é pequena, mas é tão bonito”; “Não é muito rápido nas acelerações, mas é mesmo bonito”. Estas e outras frases semelhantes (e sempre com a mesma conclusão) foram sendo ouvidas ao longo dos dias com que andámos com o carro. A verdade é que a sua imagem facilmente seduz qualquer um: homens ou mulheres; idosos ou crianças. Mas sejamos justos: se é verdade que é bonito também é de frisar que o carro tem muitos e mais valiosos atributos para se afirmar entre os seus pares.
