O mundo pula e avança ao ritmo dos sonhos. A tecnologia é imparável e os seus avanços na concretização de alguns desses sonhos fazem com que a ficção se torne uma realidade mais depressa do que se supunha. A 10.ª geração do Mercedes-Benz Classe E, com ar de patriarca de uma família que não esconde semelhanças, estará à venda em Portugal em finais de Abril, com preços que arrancam, sem extras, nos 57.650€ para o E 200 a gasolina, e nos 58.150€ para o 220d a gasóleo.
A linhagem Mercedes-Benz está patente neste modelo que, ao primeiro olhar, parece um S mais pequeno ou um C maior. Mas, quanto a tecnologias de ponta, ele é o supra-sumo da marca de Estugarda, mostrando que é possível chegar perto de uma condução autónoma, sem que, se assim se desejar, se prescinda do prazer de condução, até porque a Mercedes-Benz estreou uma nova família de entusiasmantes motores diesel.
Este carro enche de orgulho os responsáveis pela Mercedes-Benz — uma montra de tecnologias que até supera as que estão instaladas no Classe S. Por enquanto, claro, porque depois do lançamento internacional, com pompa e circunstância, do novíssimo classe E, que decorreu em território português para centenas de jornalistas europeus, estas inovações serão por certo colocadas no seu irmão mais distinto.
Para a marca alemã este é um lançamento extraordinariamente importante, que não só desvenda novas tecnologias, como também estreia motores, usa a nova plataforma da Mercedes-Benz, concebida para os seus veículos com tracção traseira usada pela primeira vez no classe C (embora com diferentes parâmetros) e coloca o classe E exclusivamente equipado com a caixa automática de nove relações 9G-Tronic.
Um automóvel que reage de forma mais eficaz que o próprio condutor, evitando o acidente ou facilitando a condução. É um carro pensador que até lê a estrada e quase tudo o que a rodeia, como por exemplo os sinais identificadores de limite de velocidade. Para apreciar este mundo de novas tecnologias, é necessário abrir as portas do Classe E, e sentar-se ao volante. Primeiro é-se surpreendido por um painel que mais parece um enorme iPad, por onde fervilha toda a informação de que necessita. O ambiente é confortável, com o luxo a cruzar-se com as novas tecnologias: por exemplo, é possível usufruir de 64 tonalidades de luz interior que contribuem para uma viagem mais descontraída. No volante, e pela primeira vez num Mercedes-Benz, é possível comandar quase tudo o que é apresentado nos dois ecrãs digitais de óptima resolução através de um simples toque. A posição de condução é excelente, como também é o conforto proporcionado ao passageiro do lado e a dois dos três ocupantes do banco traseiro. Isto porque o túnel da transmissão dificulta o bem-estar do passageiro do meio.
A confiança que se vai ganhando com as novas tecnologias estreadas no Classe E faz com que a sua aprendizagem seja divertida e possuir uma inteligência deste tipo ao nosso serviço até dá imenso jeito. Com todos estes neurónios electrónicos ao dispor, o prazer de condução não é diminuído — pelo contrário, eles contribuem para um reforço da confiança ao volante.
O novo bloco 2.0 a gasóleo de quatro cilindros e 194cv do 220d é muito mais eficaz que o 2.2 da geração anterior. Aliás, esta será previsivelmente a motorização alvo das preferências no mercado português, apesar de, nesta fase de lançamento, o classe E disponibilizar também um diesel mais potente, o 350d, com bloco 3.0 de 6 cilindros e 258cv, e ainda um propulsor a gasolina, o 200 com 184cv.
Mais tarde haverá outras motorizações, entre as quais uma híbrida, e, no que se refere a carroçarias, a sempre tão desejável carrinha deverá ser revelada durante o próximo mês de Setembro. Para privilegiar o conforto, mas também a dinâmica, o novo classe E possui uma nova suspensão multibraços, à frente e atrás, que permite diferentes configurações e regulações, consoante o modo de funcionamento escolhido. Se optar pela suspensão pneumática, as regulações de altura ao solo variam automaticamente, com o conforto a bordo a ser elevado à máxima potência.
Para a Mercedes, este Classe E será sem dúvida o automóvel mais marcante dos últimos tempos, aproximando-se a passos largos de uma condução autónoma, que continua a ser desenvolvida, mas que, por razões óbvias, ainda estará algo longe da realidade.
Facilitar a vida a quem conduz, prevenir acidentes, ter uma conduta apropriada na estrada ou, simplesmente, estacionar ou retirar o seu Classe E de locais apertados. Tudo isto faz pensar! “Pensam” os sistemas do novo Mercedes-Benz classe E, mas também pensamos nós, se, algum dia, poderemos continuar a ter o prazer de conduzir, ou confiar nas tecnologias para que elas nos conduzam. Mas para já estamos num mundo real, e até nos sentimos entusiasmados quando lidámos pela primeira vez com o Drive Pilot, um sistema de condução inteligente que nos transporta para um nível superior de segurança. Ao ligar os comandos do Inteligent Drive e accionar a função Steering Pilot, o sistema reconhece os sinais de limite de velocidade, controlando o andamento do carro. O Lane Assist mantém a trajectória certa, sem necessidade de correcção, e até muda de faixa de rodagem sozinho, desde que se faça pisca. Com a velocidade controlada pelos avançados sistemas, o condutor também é testado. Se não responder até ao terceiro aviso sonoro e visual, o automóvel imobiliza-se e dá sinal de emergência médica. Para além desta proximidade com a condução autónoma (o condutor, em muitas situações, até pode não colocar as mãos no volante e os pés nos pedais), o classe E evita choques frontais, com sistemas para condução em estrada ou cidade e acautela embates laterais, corrigindo a trajectória. E depois de uma viagem protegida por tanta tecnologia, se necessitar estacionar num local apertado, pode sempre servir-se do seu smartphone e utilizar uma aplicação que lhe permite manobrar o classe E.