O emblema que os carros ostentam pode ser símbolo de qualidade e de prestígio. Mas hoje a fronteira entre marcas generalistas e de luxo está esbatida – os fabricantes premium invadiram o território dos generalistas com modelos mais acessíveis e os segundos responderam com veículos de qualidade e equipamento premium. É o caso da 2.ª geração do Insignia, o topo de gama da Opel, que virá em Julho e já está disponível para encomendas – as diferenças para um carro premium estão no preço e no emblema.
Ainda não estão definidos todos os preços, mas é possível adquirir uma berlina Insignia por um valor abaixo dos 30 mil euros, mais precisamente, 28.680€ com motor 1.5 a gasolina de 140cv. Por isso, considerando a mecânica, equipamento de vida a bordo e de infoentretenimento, materiais utilizados e acabamentos, a qualidade não fica atrás à de veículos equivalentes de marcas premium, que se fazem pagar bem só pelo facto de o serem, podendo poupar-se uns bons milhares de euros. Mais: face à política comum a esses construtores de luxo – ao contrário dos generalistas –, quase todos os dispositivos de conforto e vida a bordo são extras que se somam ao preço-base.
A Opel foi adquirida recentemente pelo grupo PSA, quando o novo Insignia já estava na rampa de lançamento. Por isso, a pergunta que se põe é se a marca alemã vai ser canibalizada pelo grupo francês. Hoje em dia, no mundo automóvel, o futuro é de difícil previsão, mas à primeira vista tudo aponta para que a Opel mantenha a sua identidade. Aliás, para este ano estão previstos sete lançamentos, sendo este o segundo (o primeiro foi o SUV Crossland). Outra coisa é, a curto/médio prazo, o aproveitamento e utilização comum de equipamento e tecnologias (o Crossland, por exemplo, já usa uma plataforma comum ao grupo PSA e não é de excluir o uso tecnologias Opel em outras viaturas do PSA).
Produzido na fábrica da Opel em Rüsselsheim, Alemanha, o novo Insignia, que na versão berlina adopta a designação Grand Sport, só vai estar disponível nas carroçarias 5 portas e carrinha (Sports Tourer). No que toca a mecânica e motores, há um novo propulsor 1.5 a gasolina, nas versões de 140cv e 165cv, que substitui o anterior 1.4. A gama de motores a gasolina completa-se com um também novo 2.0 de 260cv. A gasóleo, duas variantes do bloco 1.6, com 110cv e 136cv e o mais potente 2.0 com 170cv. Todos os motores e transmissões estão mais eficientes, com reflexo nos consumos e desempenhos.
A caixa manual de 6 velocidades também é nova. O sistema de controlo adaptativo do chassis, FlexRide foi melhorado. O 1.5 de 165cv pode vir equipado com caixa automática de 6 relações. Já o mais potente 2.0 de 260cv traz de série uma nova caixa automática de 8 relações. De série neste Insignia mais potente é também a tracção integral com vectorização de binário, seleccionável manualmente com modos de condução Tour e Sport.
O novo familiar médio da Opel, com silhueta de grande coupé e um coeficiente aerodinâmico (Cd) de 0.26, inspira-se no protótipo Monza Concept de 2013 que também esteve na base do novo Astra. Está construído sobre a plataforma Epsilon 2 e não só parece como é mais dinâmico, com um comportamento equilibrado. A nova arquitectura, motores, caixas de transmissão e materiais usados na construção fazem com que o novo Insignia seja mais leve: 175kg na berlina e 200kg na carrinha. A rigidez torsional também aumentou 9%, o que acrescenta à sua guiabilidade.
Sendo mais leve, com 4987mm de comprimento, 1863mm de largura e 1455mm de altura (no Grand Sport), está 55mm mais comprido, 5mm mais largo e 43mm mais baixo. A distância entre eixos, 2829mm, aumentou 92mm. Com isto, o Opel Insignia tem uma posição de condução mais baixa, está mais espaçoso e proporciona uma condução mais dinâmica e equilibrada. A mala tem uma capacidade de 490 a 1450 litros na berlina e de 560 a 1665 litros na carrinha.
No interior, nota-se a melhoria dos materiais usados e dos acabamentos, em especial nos níveis superiores de equipamento com estofos em pele pespontada. Os bancos são ergonómicos e agora os traseiros podem ser aquecidos. Este modelo do segmento D bate-se com veículos considerados premium em termos de conectividade, vida a bordo e sistema de iluminação. A instrumentação é completa e de fácil leitura e manuseio, incluindo conectividade Intellink com CarPlay e Android Auto, câmara dianteira Opel Eye com detecção de peões, travagem de emergência e aviso de saída de faixa. O sistema referencial de assistência personalizada Opel OnStar inclui 2 novas funcionalidades: reserva de hotéis e procura de espaços de estacionamento. A iluminação, que já era boa no anterior Insignia, foi notavelmente melhorada. A segunda geração do Intellilux usa os faróis de matriz LED estreados no Astra (mas agora com 32 LED em vez de 16) com um alcance de 400 metros e regulação da luz de acordo com as condições de condução: sempre em máximos, produz cones de sombra para evitar encandear outros veículos ou peões, adapta a intensidade e a direcção do feixe de luz em curva, ao estacionar, ao mudar de faixa, etc.
Capot dianteiro activo (para segurança dos peões), head-up display (projecção de informações no pára-brisas), câmara de 360º, alerta de aproximação de veículos por detrás, pré-aquecimento do habitáculo ou programador de velocidade adaptativo são outros dos muitos dispositivos oferecidos (de série ou em opção) no Insignia.
Face a tudo isto, a única diferença entre o Opel Insignia e uma viatura similar de marcas premium é o emblema no capot. Durante o período de encomendas até ao lançamento é oferecido 1000€ em equipamento opcional, manutenção programada grátis nos primeiros 5 anos, garantia mecânica e assistência em viagens até 5 anos ou 75.000km.
