Fugas - Viagens

  • Nuno Lobito, sempre pronto para partir.
    Nuno Lobito, sempre pronto para partir.
  • "Sou um profissional ‘loucodisciplinar'", diz.
  • A imagem de capa do seu último livro,
    A imagem de capa do seu último livro, "O Mundo a Meus Olhos".

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E Lobito deu a volta ao mundo inteiro

Nas viagens de Lobito não faltam, naturalmente, momentos marcantes, perigos e aventuras várias. E, além de muitas fotografias ("400, 500 mil"), muitas alegrias. Da Índia onde "aprendeu" a ser muito do que é hoje àquela que terá sido a experiência que mais marcou e moldou a sua vida: viver cerca de cinco anos na Amazónia, entre as tribos. Até porque casou com uma indígena, Carol, com quem tem um filho, Angel. Aliás, dessa experiência, nasceria também o livro de fotografia "Amazónia Oculta". Mas, na biografia deste fotógrafo que começou por estudar na Ar.Co e depois se dedicou ao fotojornalismo, à publicidade e fotografia de viagens com trabalho publicado nos mais diversos meios, há outros grandes momentos que considera definidores, entre fotografar "em pleno teatro de guerra" na Sérvia ou na paz de Laos, viajar pelo Tibete ou visitar o Dalai Lama, "sentir a magia" de Machu Picchu ou de Vanuatu.

E como resumir tanta viagem? "Não se consegue resumir", admite. O melhor resumo: "Fui crescendo como homem, como viajante, como fotógrafo". Muito graças à conjugação das viagens e da fotografia, diz considerar-se hoje em dia "uma pessoa equilibrada", que faz o que gosta: "Adoro fazer fotografia, gosto de partilhar essa fotografia e gosto quando as pessoas gostam". Mas nem se considera um artista, "longe disso. Sou um profissional ‘loucodisciplinar', domino a técnica até ao tutano, porque sem técnica nada se consegue. E depois sou muito louco". "Um louco disciplinado e tecnicamente apurado."

Agora que já não lhe falta mundo, também não lhe faltam projectos após este "ciclo que chegou ao fim". Diz-nos que vai deixar "de trabalhar como até agora" e, entre outros objectivos, pretende dedicar-se "à televisão, à fotografia na televisão" - para já, não adianta mais, mas é de esperar algo num registo documental. 2012 trará mais. Desde logo, vai participar num evento para o qual recebeu há pouco um convite que o deixou "muito feliz": será um dos participantes de uma das conferências internacionais TEDx, encontros internacionais de debate de ideias que terão uma reunião em Setembro, nos Açores, na Madalena do Pico. Em processo de fabrico, está também um novo livro dedicado às suas viagens. E, claro: "Vou continuar a viajar, a fotografar. É óbvio". 

 

Sete léguas


Amazónia
"Tenho dentro de mim cinco anos na Amazónia. É única. E posso dizer - disse isto ao Gonçalo Cadilhe quando ele chegou à Amazónia há dez anos -, quem passa por aqui e sobrevive cinco anos é um verdadeiro viajante porque a Amazónia não é para todos. Sobreviver num sítio onde não tens nada, só te tens a ti e ao teu cérebro, não é fácil. É a selva, onde somos tão, tão pequenos."

Índia
"Um país espiritual, que me deu imenso equilíbrio e onde eu aprendi a ser quem sou hoje espiritualmente."

Indonésia
"Porque é multicultural, com uma energia única mesmo, com boas ondas, um país de gente jovem, que me inspira muito, muito. Não sei se um dia não viverei lá."

Irão
"É uma cultura ímpar, onde as pessoas conseguem transmitir aquilo que sentem e não aquilo que a sociedade quer que eles pensem."

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