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EcoResort do Forte: O idílio aos pés da praia
A passagem do tempo provocou os seus estragos. A praia de Itapoã urbanizou-se. Começou a atrair multidões, surfistas incluídos. E aquilo que Vinicius canta assenta agora como uma luva na Praia do Forte, a cerca de 60 quilómetros para Norte. Um lugar onde muitos baianos têm as suas casas de férias e onde vão passar os fins-de-semana.
Para "sentir a preguiça no corpo e, numa esteira de vime, beber uma água de coco", como na canção, o EcoResort Praia do Forte é o santuário ideal. Tem iguanas a passear pelos relvados, macacos pendurados nos coqueiros e esteiras onde se pode deixar o olhar adormecer no "encontro do céu e mar", subitamente esquecido das reivindicações das horas, dos mails para responder e dos telefonemas que se devia ter feito. Não é hipérbole. O empreendimento turístico que o Grupo Espírito Santo comprou em 2006 não beliscou em nada a preservação ambiental daquela linha de praia com cerca de 12 quilómetros. Ao contrário, potenciou-a. Desde logo, os 293 quartos do hotel não se vêem da praia. Perfazem uma construção baixa e têm o tecto revestido com uma espécie de colmo, igual ao que se vê nos vários restaurantes espalhados pelo relvado e no Bar Mirante, perto de uma das várias piscinas que o hotel oferece aos seus hóspedes. A mais bonita separada do mar apenas por uma língua de relva e outra de areia.
Além dos quartos (todos com vista para o coqueiral o mar, todos com uma cama de rede na varanda), o hotel oferece um SPA com talassoterapia e promove passeios de lancha pela costa, além de saídas para mergulho e pesca oceânica.
Mas o que torna este hotel especial é também a localização. Muito perto, por exemplo, das tartarugas do Projecto Tamar, uma instituição que vem lutando pela preservação das tartarugas marinhas. Empurradas pelas correntes marítimas, estas têm por costume desovar na Praia do Forte e redondezas. Nesta área, junto ao farol, existem mais de 300 ninhos que, entre Setembro e Março, produzem cerca de 20 mil crias de quatro espécies, todas ameaçadas de extinção. Querendo, é possível, entre Dezembro e Fevereiro, acompanhar os biólogos do Tamar enquanto estes visitam os ninhos, soltam as tartarugas recém-nascidas e as encaminham para o mar.
Seguindo pelo areal, chega-se depressa à pequena vila piscatória local. Mais turística do que piscatória nos dias que correm, mas mesmo assim genuína no modo como transmite a respiração baiana, com a costumeira igreja, os costumeiros barcos de pesca e as costumeiras e convidativas esplanadas. E, muito importante, é limpa e segura. O nome Praia do Forte deve-se à existência no local de ruínas de uma moradia acastelada do século XVI, mandada erigir pelo português Garcia de Ávila, um dos maiores latifundiários da Bahia.
Nas redondezas existe, de resto, um castelo com o nome Garcia de Ávila, que dizem ser o único castelo do Brasil. Mas o que mais atrai no lugarejo é o seu sossego e as inúmeras praias existentes, tanto na Praia do Forte como nas imediações. Basta sair do resort e meter os pés na areia que é só mar e areal bordado de palmeiras e outras vegetação tropical de um lado e do outro.