O mobiliário é vintage (do "aparador" que esconde o "bar" à cómoda-mesa-de-cabeceira, às mesas encaixadas do outro lado da cama, às poltronas, de madeira e couro e madeira e tecido), em contraste com a casa de banho, moderna ainda que com banheira de pés (não resistimos a um banho de imersão); a iluminação, um cuidado jogo entre candeeiros e focos de luzes dissimulados.
Todas as suites, de três categorias (club, queen deluxe e king grand deluxe), obedecem a estruturas diferentes e têm mobiliário único - em comum, a mesma estética anos 1950 e 60, vinda de diferentes paragens europeias. O quarto que mais curiosidade suscita é um club, a categoria mais baixa, situado na mansarda e virado à rua: sob um tecto inclinado atravessado de traves de madeira grossa, espaço completamente aberto, o que significa que a casa de banho está no quarto - a banheira num recanto mais baixo, a sanita e lavatório separados da cama por um maletão desenhado à medida (com direito a mini-estante e secretária) à laia de biombo.
Casa aberta ao mundo
É durante a manhã que melhor usufruímos do logradouro da Rosa et Al, estreito e comprido, transformado num jardim "de baixa manutenção", o que significa que tem relva, sim, mas tem também aromáticas e produtos hortícolas utilizados nos produtos da casa. Por estes dias está com aspecto de hibernação, como observamos numa manhã fria de sol da pequena esplanada, enquanto uma hóspede lê numa varanda (característica de todos os quartos das traseiras).
Ainda temos o brunch para desfrutar, na sala de refeições que dá precisamente para o jardim. Aqui quase nos imaginamos numa máquina do tempo, ou não tivesse o mobiliário vindo de uma coffee house berlinense dos anos 1950, conta Patrícia. São mesas de madeira com tampos de fórmica negra e cadeiras (e um sofá) com o mesmo jogo cromático; encostada a uma parede, entre as portas-janelas, uma tabuleta permanece como memória da antiga Livraria Civilização, que durante anos teve aqui o seu armazém; num canto, alinham-se latas de chá (34 variedades mais as da casa), expõe-se uma guitarra e uma cabaça e toca-se música no iPod Deck; do tecto pende o único candeeiro que não é original, é uma recriação de Emanuel de Sousa.
Sentamo-nos para uma versão reduzida do brunch: optamos por sumo de laranja (natural), panquecas com compota de kiwi e lima (fofas, acabadas de fazer) e iogurte. O brunch é à carta e está dividido por "blocos", e inclui desde ovos Benedict, Arlington ou escoceses, por exemplo, a Maizena com canela. Esta mesma carta é servida todo o dia - sendo que o outro ponto alto é o "chá das 5", para o qual já há clientes regulares - e 85% de tudo é produzido aqui, o pão, os croissants, as compotas... A vertente gourmet é de tal forma importante que ao sábado há workshops gastronómicos e eventos que vão desde jantares de empresas a festas de aniversário ou até casamentos.
Depois de Emanuel ter vivido na Holanda, nos Estados Unidos e em Londres, e Patrícia em hotéis durante anos enquanto responsável ibérica de gestão de activos de centros comerciais, os irmãos decidiram em 2010 investir no Porto. Quando encontraram esta casa - no chamado "quarteirão das artes", a zona com a qual mais se identificam, rodeados de galerias de arte, ateliers, lojas conceptuais - não sabiam bem o que fazer com ela. Decidiram abri-la ao mundo, como uma ponte entre a tradição portuguesa e a experiência cosmopolita. O resultado deste Rosa et Al Townhouse é tão positivo que chegam a ter hóspedes que acabam por não sair durante as suas estadias. Nós ficaríamos bem aqui durante algum tempo mais.
- Nome
- Rosa et Al Townhouse
- Local
- Porto, Cedofeita, Rua do Rosário, 233
- Telefone
- 222085429
- Website
- http://www.rosaetal.pt