Fugas - motores

Nuno Ferreira Santos

Volkswagen Passat Variant 2.0 TDI Highline: A família em primeiro plano

Por Luís Filipe Sebastião

A Volkswagen renovou a estética do Passat, mas não só. O modelo agora consome menos e possui novos atributos no domínio da tecnologia.

A sétima geração da carrinha Volkswagen Passat mantém uma das principais características que a fizeram vingar e lhe reforçaram o estatuto: a vocação familiar. Isso pode ser olhado como defeito? De modo algum, uma vez que o desempenho dinâmico se mostra num patamar superior e o bloco turbodiese  de 2.0 litros possui desenvoltura para dar conta do recado nas mãos mais exigentes.

O Passat e dos modelos mais importantes do catálogo da Volkswagen. Prova disso são as mais de 15 milhões de unidades vendidas a partir de 1973, desde o início com duas carroçarias, de quatro portas (Limousine) e carrinha (Variant). A nova geração rompe com as linhas anteriores, na configuração da grelha dianteira com quatro barras transversais e nos novos grupos ópticos, de recorte mais clássico, dotados de luzes diurnas em LED. Estes elementos traduzem-se em linhas conservadoras em comparação com o design predecessor.

As dimensões beneficiaram de um incremento ligeiro no comprimento e largura. As vantagens para o desafogo interior são notórias, com espaço suficiente para três adultos atrás. Isto sem penalizar a capacidade generosa da bagageira, que varia entre os 603 e os 1731 litros (com os bancos rebatidos). O compartimento de carga possui uma cobertura que corre entre calhas, com duas fases de abertura de forma a preservar o interior de olhares alheios. Acomodada sob o piso da mala, existe uma roda sobressalente de tamanho normal.

O ambiente a bordo beneficia da montagem cuidada e da conjugação de materiais de bom nível. Excepção para alguns dos plásticos mais resistentes ao tacto utilizados na parte inferior da consola central. O detalhe "retro" do relógio analógico no tablier pode dividir opiniões, mas pela nossa parte colhe apoio. Já a existência do comando centralizado das portas apenas do lado do condutor (tendência que parece vingar entre outros construtores) merece nota crítica. Por razões de segurança e comodidade, pois nos casos em que o motorista precise de sair do carro por breves instantes (para ir comprar o jornal, por exemplo), o passageiro do lado pode ter dificuldade em trancar as portas.

Os bancos contribuem para o conforto a bordo, assente sobre uma suspensão firme, que filtra bem os pisos mais deteriorados das estradas portuguesas. O equilibrado comportamento em curva transmite confiança para uma condução desenvolta, para o que também contribui a direcção precisa. O programa electrónico de estabilidade (ESP), com controlo de tracção, que pode ser desligado, actua com parcimónia mas de modo incisivo perante situações extremas que impliquem desvio de trajectória ou de fraca aderência.

A motorização turbodiesel 2.0 TDI, de 140cv, responde de forma competente e progressiva, mais do que emotiva, as solicitações sobre o pedal do acelerador. Fica, no entanto, a impressão de que se trata de um bloco que esta no limiar da resposta às necessidades básicas de um automobilista que pretenda tirar algum rendimento satisfatório de um veículo destas dimensões. A transmissão manual de seis velocidades, bem escalonada e de manuseamento rápido, reparte com eficácia a força motriz transmitida ao eixo dianteiro.

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