Fugas - motores

BMW X3: Crescimento sustentado

Por Luís Filipe Sebastião

Em tempos de crise, a BMW aumentou a fasquia dos atributos do X3. A segunda geração do modelo germânico está mais atraente e competente nos capítulos do conforto e condução

A segunda geração do BMW X3 cresceu e está mais parecida com o todo-o-terreno de prestígio da marca, o X5. O crescimento beneficiou o espaço a bordo, mas também foi acompanhado de notórias melhorias mecânicas. O que se traduz - seja no 35i, com 306cv, ou no 20d, de 184cv - no reforço das competências dinâmicas e no aumento de potência com menores consumos e emissões.

Devido a esta estratégia de aproximar o X3 do X5, não se estranhe que o aspecto global do primeiro esteja mais próximo do segundo. Uma opção que, independentemente de apreciações menos favoráveis, joga a favor do novo X3, por via de um design mais atraente. As linhas angulosas da secção dianteira conferem um ar mais desportivo, enquanto o desenho horizontal posterior preserva o porte robusto. Os redesenhados grupos ópticos, embora mantenham a configuração dos antecessores, receberam novos elementos, como as luzes de presença diurnas, com tecnologia LED, associadas aos opcionais faróis bi-xénon.

O espaço a bordo melhorou nitidamente com o incremento das dimensões exteriores: mais 8,3 centímetros em comprimento (464,8); aumento de 2,8 cm na largura (188,1), e uma subida de 1,2 cm na altura (166,1). Se os ocupantes dos lugares traseiros passaram a dispor de mais desafogo, a capacidade da bagageira também foi ampliada para 550 litros, com possibilidade de ser expandida até aos 1600 litros, com o rebatimento dos bancos numa versátil proporção de 40/20/40. O look geral do interior, nomeadamente do tablier e da consola central, alinha pelo sentido prático da generalidade da gama do emblema alemão. Já a qualidade dos materiais interiores mereceu um up-grade, com a aplicação de revestimentos mais agradáveis ao toque, aumentando a percepção de conforto.

A nova arquitectura da suspensão, aliada a uma repartição em quase metade do peso da carroçaria entre os dois eixos, favorece tanto a progressão sobre pisos degradados como o comportamento sobre o asfalto. Os benefícios dinâmicos resultam da combinação de um eixo amortecedor de duas articulações dianteiro com um eixo traseiro de cinco braços. O condutor pode ainda tirar partido do opcional Dynamic Drive Control, pela primeira vez instalado num modelo com tracção integral, que através de um selector na consola permite escolher entre os modos de configuração Normal, Sport e Sport+. Este sistema ajusta o nível de amortecimento, mas também as respostas do pedal do acelerador, do motor, da direcção, do controlo de estabilidade e da transmissão automática. A comunicativa direcção assistida electromecânica, com função Servotronic, montada de origem, pode ser substituída com custos adicionais pela direcção desportiva variável, que reduz os movimentos de manobra do volante.

Num pequeno percurso em terra, de mediano nível de exigência, comprovou-se a eficácia do sistema de tracção integral permanente xDrive, que em condições normais reparte a força motriz numa relação de 60/40 para os eixos traseiro e dianteiro. Apesar dos pneus de perfil adequado a uma utilização em asfalto, o que proporcionava derivas controladas sobre lama, o X3 demonstrou que, mesmo sem redutoras, não se faz rogado a umas escapadelas todo-o-terreno. Para tanto possui ajuda do controlo de descidas acentuadas (HDC), uma capacidade de transposição de vau de 50 centímetros e ângulos de 25,7º (ataque), de 22,6º (saída) e de 19,4º (rampa).

No lançamento vão estar disponíveis o xDrive 35i e 20d. No primeiro caso, o bloco de seis cilindros de injecção directa a gasolina, biturbo, debita 306cv, associado a uma eficiente e rápida transmissão automática de oito velocidades, com função automática Start/Stop para conter os consumos nos 8,8 l/100 km. Comparando com o bloco de 3.0 litros anterior, o aumento de 12,5 por cento de potência corresponde a menos 8 por cento de consumos e menos 11 por cento de emissões de CO2. Por seu lado, o turbodiesel de quatro cilindros do 20d anuncia 4 por cento mais de potência com redução de 14 por cento de consumos e 15 por cento de emissões. Este bloco de 2.0 litros, com injecção directa e rampa comum, possui 184cv, e pode dispor de uma precisa caixa manual de seis velocidades ou automática de oito relações. A partir de Dezembro deste ano começa a produção do xDrive 28i, com 258cv e caixa automática, apontando-se para o primeiro trimestre do próximo ano a chegada do 30d.

Dotado de seis airbags (frontais, laterais e cortina), o novo X3 poderá ser personalizado com a habitual e extensa lista de opcionais de conforto, como o tecto de abrir panorâmico, ou sistemas de navegação e comunicação, com interfaces áudio e para internet (através de smartphones e iPad). A BMW ampliou a fábrica de Spartanburg, no estado norte-americano da Carolina do Sul, para produzir o X3 na mesma unidade onde são fabricados o X5 e X6. O lançamento nacional do novo X3 será a 25 de Novembro, com preços que começam nos 53.450 euros (20d). Isto com o IVA ainda à taxa deste ano...

FICHA TÉCNICA

Motorizações
28i (2996; 258cv)*
35i (2979; 306cv)*
20d (1995; 184cv)
20d (1995; 184cv)*

Ac. 0/100 km/h
6,9s
5,7s
8,5s
8,5s

Veloc. Máx.
210 km/h
245 km/h
210 km/h
210 km/h

Cons. Médio
9,0l/100 km
8,8 l/100 km
5,6 l/100 km
5,6 l/100 km

Emissões CO2
210 g/km
204 g/km
149 g/km
147 g/km

Preço
66.850 euros
72.750 euros
53.450 euros
55.796 euros

*caixa automática de oito velocidades

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