O Mitsubishi Outlander é um SUV compacto com tracção às quatro rodas alimentada de forma híbrida. Isto é, com dois motores eléctricos (um por eixo) e um terceiro a combustão, pode comportar-se como um eléctrico puro; de forma mista, ao garantir a tracção integral com os motores eléctricos, mas juntando o propulsor a gasolina para carregar as baterias; ou híbrida, com a tracção traseira a ser assegurada pelo motor eléctrico traseiro e a tracção dianteira pelo bloco a gasolina.
Há ainda outros dois comportamentos seleccionáveis neste Outlander: o modo de carga, que permite que o motor a gasolina forneça a energia necessária para que o gerador carregue até 80% as baterias, e o modo Save, que poupa a energia eléctrica.
Depois, há o recurso à tomada da rede eléctrica. É que, além de se poder carregar as baterias em andamento, é possível fazê-lo enquanto o veículo “descansa”. A marca afirma que, num posto de carregamento rápido, se consegue repor até 80% da carga das baterias em meia hora; num posto público regular, o carregamento a 100% a partir do limite mínimo de carga das baterias é feito em quatro horas; e numa tomada doméstica demora apenas mais uma hora. Foi com este sistema que, pouco tempo após a sua estreia no Japão, o Mitsubishi Outlander PHEV conquistou o título de carro do ano neste país, na categoria Inovação.
Mas troque-se por miúdos. Na parte dianteira do veículo está instalado um motor eléctrico com uma potência equivalente a 82cv, um gerador e um motor de combustão a gasolina 2.0 MIVEC DOHC com 121cv. O motor eléctrico é a força motriz das rodas dianteiras, podendo ser alimentado pelo gerador, que, por sua vez, recebe energia do motor a combustão. Depois, ao centro do veículo, localizam-se as baterias de iões de lítio e o depósito de combustível (45 litros), com uma vantagem adicional: o peso a mais nesta zona reforça a estabilidade do carro. Por fim, atrás, um motor eléctrico idêntico ao da frente, ligado ao eixo traseiro. Note-se que neste veículo não há uma caixa de velocidade convencional, nem veio de transmissão, sendo o sistema controlado electronicamente. E, com a eliminação do cardam, baixam os níveis de fricção – com 1810kg, a Mitsubishi refere um coeficiente de aerodinâmica de 0,33.
Depois, é perceber como o sistema funciona. Sempre que se liga o carro, o arranque é eléctrico (EV). Neste modo, o carro é movido por ambos os motores eléctricos, que vão buscar a sua energia às baterias: o de trás no eixo traseiro; o da frente, no eixo dianteiro. Isto pode continuar durante até 52km, desde que a velocidade não exceda os 120 km/h nem haja acelerações bruscas. Quando se ultrapassa qualquer uma destas marcas, ou quando as baterias atingem os 25% de carga, entra em função o modo Série. Continuam em acção ambos os motores eléctricos, mas é chamado a funções o motor a combustão para alimentar o gerador, que, por sua vez, irá carregar as baterias.
E quando se faz uma longa viagem por auto-estrada? Então o motor a combustão assume o protagonismo, não obstante o facto de os motores eléctricos continuarem a dar assistência. Em qualquer uma das situações acima referidas, o sistema volta sempre aos anteriores modos sempre que isso seja possível.
No total, com um depósito de gasolina cheio e com a carga das baterias completa, o PHEV consegue uma autonomia de 800km, refere a marca. O facto permite-lhe avançar com números muito interessantes no que toca ao consumo: 1,9 l/100 km em circuitos urbanos (se se entrar em auto-estrada facilmente atingirá uma média de dez litros por cada cem quilómetros, embora o número avançado pela Mitsubishi é de um consumo médio de 5,8 l/100km em modo híbrido). Já o valor apontado para as emissões de CO2 é de 44 g/km.
Sendo um veículo novo e não uma adaptação de outro já existente, como a marca nipónica faz questão de sublinhar, o PHEV, disponível apenas com cinco lugares (reais, note-se), consegue oferecer tanto espaço quanto um Outlander convencional. Para tal, o depósito de combustível foi reposicionado e o chão da bagageira ligeiramente subido (19mm), assim como os três lugares traseiros (45mm). Já a mala encolheu, mas pouco: apresenta uma capacidade de 463 litros contra os 477 do modelo-irmão (já o volume de carga do compartimento sob piso diminuiu para menos de metade: de 73l para 35l litros). De frisar que mantém a classe 1 nas portagens.
No capítulo da segurança, o PHEV já conquistou as cinco estrelas Euro NCAP nos exigentes testes de 2013. Para tal, inclui de série sete airbags, cruise control adaptativo, sistema S-AWC (herdado do Evolution), sistema de mitigação de colisão frontal ou sistema acústico de aviso de peões, dependendo do nível de equipamento: Intense, desde 43.000€; Instyle Navi a partir de 48.000€, com garantia de três anos ou cem mil quilómetros (as baterias têm garantia de cinco anos).
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Outlander em modo híbrido e pronto a ligar à tomada