Um carro discreto que não dê nas vistas? Um veículo que faça virar cabeças e prenda olhares? Um modelo 100% feminino? Um agressivo desportivo? Um carro elegante e sofisticado? Para estes e muitos mais requisitos, o pequeno veículo premium da Opel pode dar uma resposta. Faltava-lhe, porém, um “coração” à altura de tudo o resto. Com o “transplante” do novo motor tricilíndrico a gasolina de 999cc turbo com 115cv, o Opel Adam assume-se por fim como um modelo premium de corpo inteiro.
O espaço no habitáculo é exíguo (em especial para os dois ocupantes traseiros), a mala só tem 170 litros de capacidade (484 litros com os bancos rebatidos), sob a mala esconde-se um nefando kit de reparação de pneus (recomendável o dispêndio de 60€ por uma roda de emergência opcional), os consumos são muito superiores ao anunciado… E, no entanto, pode ser um carro irresistível, como é o caso do veículo que conduzimos. Pois é, quem quiser um veículo funcional adquira uma carrinha ou uma furgoneta a gasóleo. O Adam é o paradigma do carro emocional que apela muito mais ao coração que à razão.
E por falar em coração, era isso que faltava ao Adam e é essa a razão principal deste texto (já tínhamos feito um teste mais extenso ao Opel Adam). O novo propulsor 1.0 turbo tricilíndrico a gasolina vem preencher essa lacuna. Acoplado a uma nova caixa manual de seis velocidades de relações curtas e muito precisas, tem um comportamento que seria perfeito não fosse ser um pouco guloso: aos 4,9 l/100km de consumo médio anunciado, mesmo com um eficiente sistema Start/Stop de paragem e arranque automáticos do motor, há que juntar cerca de mais 1,5 litros.
Quanto ao resto, cumpre na íntegra os atributos anunciados pela Opel: é mais silencioso que muitos motores de quatro cilindros, tem funcionamento suave e uma resposta rápida ao pisar do acelerador; mesmo em subidas mais acentuadas não se nota perda de potência e é ágil nas recuperações e ultrapassagens. A direcção é precisa e, em cidade, no modo City, torna-se mais leve. Com os 170 Nm de binário máximo atingidos logo às 1800 rpm, até parece ser um carro a gasóleo, no sentido em que é quase impossível deixar o carro ir abaixo.
Este é um carro “metrossexual”: já conduzimos uma versão 100% feminina, com decalcomanias em motivos florais, que mais apropriadamente se deveria chamar Eva. Já este Adam faz jus ao nome. Mas mais: normalmente, num teste mais reduzido, usamos as fotografias cedidas pelo fabricante, porém, sendo esta uma versão tão bonita (uma afirmação subjectiva, mas partilhada por dezenas de pessoas que paravam a apreciar o carro), justificou-se que a fotografássemos. E não é só por fora: há um certo requinte no habitáculo do Adam Slam, com estofos em tecido e couro (também usado no volante, na alavanca de mudanças e em parte do forro das portas), para além de acabamentos cuidados, mesmo em zonas como parte das portas em que são utilizados plásticos duros.
O carro que conduzimos usava apenas algumas das 60.000 combinações possíveis no exterior e 80.000 no interior. Estas combinações estão englobadas em três temas/estilos: Glam, elegante e requintado; Jam, prático e descontraído; e Slam, o que conduzimos, mais desportivo, com pedais em alumínio e chassis desportivo com menor altura ao solo. Apesar da diferença de preço-base dos três temas (com o motor 1.0, o Glam custa15.895€, o Jam, 16.745€ e o Slam, 16.845€), a Opel frisa que eles são apenas temas a partir dos quais se pode construir um carro individualizável e não níveis de equipamentos.