As marcas também aprendem. Em 2012, o Jeep Compass só obteve 2 estrelas em 5 possíveis nos testes do Euro NCAP e foi alvo de críticas da entidade europeia que testa a segurança dos veículos. Após essa má classificação, a Jeep emendou a mão com o Cherokee em 2013 e agora com o Renegade, que, face aos mais exigentes critérios de 2014, conquistou o máximo de 5 estrelas, com 87% na protecção dos ocupantes adultos, 85% nas crianças, 65% nos peões e 74% nos dispositivos auxiliares de segurança.
Há veículos cujo nome se adequa na perfeição às suas características, mas o Jeep Renegade é precisamente o contrário do que o seu nome indica — um veículo fiel, seguro, confortável, silencioso e fácil de conduzir. Com cinco portas e cinco lugares, este SUV tem um comprimento (4236mm) similar ao do Jeep Wrangler de três portas, mas as semelhanças acabam aí. Enquanto o Wrangler é um todo-o-terreno puro, o Renegade é um cavaleiro do asfalto, em especial nas versões com tracção dianteira e caixa manual de seis velocidades, que são a aposta da marca para Portugal (há uma variante Trailhawk com motor a gasóleo 2.0 Multijet de 170cv, caixa automática de nove relações e tracção integral que só está disponível por encomenda).
O Jeep Renegade já está à venda com o motor a gasóleo 1.6 Multijet II de 120cv (norma de emissões Euro 5+) e dois níveis de equipamento, Longitude (25.950€) e Limited (27.250€). As primeiras 50 unidades com o nível Limited beneficiam de uma oferta de estofos em pele e do pack Function (entrada sem chave, retrovisores eléctricos retrácteis e tomada de 230V) no valor de 1350€. A marca propõe ainda um pacote promocional que adiciona pintura metalizada, vidros escurecidos e jantes de 18’’, por um preço total de 28.100€. Em Abril, chegará a versão mais acessível, por 21.950€, com motor 1.4 MultiAir a gasolina de 140cv (norma de emissões Euro 6) e nível de equipamento Longitude. Um trunfo importante é o facto de este pequeno SUV ser classe 1 nas portagens (no caso de ter tracção 4x4 só com Via Verde).
Produzido em Itália, na fábrica da Fiat, em Melfi, é o primeiro veículo da Fiat Chrysler Automobiles fruto de cooperação entre a Itália e os EUA e destinado a ser vendido em mais de 100 países. Os motores são de origem Fiat, sendo sobrealimentados por turbocompressor e alguns dos elementos da estrutura do Renegade são comuns ao Fiat 500L.
Apesar do seu visual de elegante todo-o-terreno, o Jeep Renegade com tracção dianteira e os propulsores disponíveis para Portugal sente-se muito mais à vontade no asfalto, onde se comporta como uma estável e confortável berlina, silenciosa e agradável de conduzir. No entanto, com uma altura ao solo de 175mm, 17,9º de ângulo de ataque, 29,7º de ângulo de saída e 21,2º de ângulo ventral e uma suspensão que, sendo confortável e absorvendo bem os impactos, segura o carro em terrenos mais irregulares, este SUV pode aventurar-se em incursões fora de estrada em trilhos de baixa/média dificuldade. Aliás, no nível Limited, para além do auxílio ao arranque em subida, também dispõe de controlo em descida (Hill Descent Control).
O habitáculo é espaçoso e com acesso fácil para os cinco ocupantes. A mala de 351 litros tem formato regular. Porém, é de lamentar que, sob o fundo desta, em vez de uma roda sobresselente, haja um kit de reparação de pneus, mais a mais tratando-se de um SUV (mesmo que ele seja para utilização primordial em asfalto).
Mesmo no nível de entrada, Longitude, o Renegade já vem bem recheado. Além do equipamento de segurança que lhe valeu a classificação máxima, referência para os faróis de nevoeiro com iluminação em curva, Electronic Rollover Mitigation (Mitigação Electrónica do Capotamento), auxílio ao arranque em subida, indicador da pressão dos pneus, ar condicionado manual, rádio/CD com conexão Bluetooth, ecrã mulitfunçoes de 3,5’’, cruise control, sensores de estacionamento traseiros, Start/Stop (paragem e arranque automáticos do motor), sistema Ecodrive (para uma condução económica), travão de estacionamento eléctrico, jantes em liga leve de 16’’, etc. O nível Limited adiciona climatizador bizona, banco do condutor com ajuste lombar eléctrico, retrovisores eléctricos, jantes de 17’’, ecrã multifunções colorido com 7’’, aviso de saída involuntária da faixa de rodagem, radar anticolisão dianteira, etc. Entre as poucas opções disponíveis, referência para o sistema de navegação (500€), os vidros escurecidos (150€) e o tecto panorâmico (1250€).
