Fugas - Motores

Um condensado de boas qualidades

Por João Palma

Os pequenos SUV estão na moda, com as vendas a crescer num ritmo superior às das dos outros veículos. Acompanhando a tendência, a Mazda lançou uma versão menor do bem-sucedido SUV médio CX-5, o CX-3, que é classe 1 nas portagens.

Num mar de “pequenos tubarões”, como o Nissan Juke, o Renault Captur ou o Peugeot 2008, qualquer “peixe” tem de ter aptidões que lhe permitam sobreviver. Por isso, a Mazda dotou o seu novo SUV/crossover compacto de atributos para enfrentar a feroz e qualificada concorrência. O Mazda CX-3, já à venda em Portugal, dotado de um eficiente e económico motor 1.5 a gasóleo de 105cv, pode ter dois níveis de equipamento, tracção dianteira ou integral e preços desde 23.954€ (CX-3 Evolve 4x2).

O subsegmento dos crossover compactos está em franca expansão, notando-se até uma transferência da tradicional preferência dos portugueses pelas carrinhas para esse tipo de veículos, de que o Nissan Juke foi o percursor. O CX-3, mais um produto da tecnologia Skyactiv da Mazda, é a estreia do fabricante japonês nesta fatia do segmento B. Apesar da sua denominação, não está relacionado com o Mazda 3, mas deriva do utilitário Mazda 2, partilhando 80% dos componentes (chassis, transmissões, motor, etc.). No entanto, tem mais semelhanças em termos de visual com o SUV médio CX-5.

Noutros mercados, o Mazda CX-3, para além do motor 1.5 a gasóleo, pode dispor de duas variantes, com 120cv e 150cv, de um bloco 2.0 a gasolina, mas o regime fiscal que penaliza as cilindradas elevadas, somado à tradicional preferência portuguesa pelas motorizações diesel, levaram a Mazda a disponibilizar apenas o propulsor diesel.

Este motor turbo, bastante silencioso a velocidades constantes, possibilita boas performances ao CX-3, graças a um binário máximo de 270 Nm, disponível logo entre as 1600 rpm e as 2500 rpm. Aliado a uma bem escalonada, precisa e elástica caixa manual de seis velocidades, proporciona uma boa economia de consumos, para o que também contribui um eficiente sistema Start/Stop de paragem e arranque automático do motor. Houve também preocupação com o conforto, com uma suspensão que absorve bem as irregularidades do piso.

Em Portugal, o Mazda CX-3, além de tracção dianteira, também pode ter tracção integral, com distribuição automática da potência entre cada uma das rodas de acordo com as necessidades, face às condições do piso; numa superfície asfaltada regular, a potência concentra-se nas rodas dianteiras. Do lado positivo, conta-se a estabilidade proporcionada pela tracção 4x4 em pisos de pouca aderência, do lado negativo, o aumento de consumos e redução das performances. Nos CX-3 com tracção integral, por mais 2700€, pode-se optar por uma caixa automática de seis relações, que penaliza adicionalmente consumos e performances mas proporciona conforto acrescido de condução. Com tracção dianteira ou integral, este crossover tem a vantagem de ser sempre classe 1 nas portagens.

Tendo 4275mm de comprimento, 1765mm de largura, 1535mm de altura e 2570mm de distância entre eixos, o Mazda CX-3 pode transportar cinco pessoas (duas à frente e duas dos lados atrás confortavelmente, sendo o lugar traseiro do meio penalizado pelo elevado túnel de transmissão central) e 350 litros na mala. Produzido no Japão (Yokohama), este novo crossover tem um design muito elegante e interiores cuidados — mesmo no nível de entrada em Portugal, Evolve, tem volante e manípulo do travão em pele, a parte inferior do tablier em material macio, aplicações a imitar fibra de carbono, etc. Neste aspecto, o CX-3 está um patamar muito superior ao dos carros japoneses de outrora, de linhas obnóxias e plásticos duros de aspecto barato no interior.

--%>